postado em 25/05/2009 20:14
De janeiro a maio deste ano quatro pessoas já foram encontradas carbonizadas no Distrito Federal. A última foi nesta segunda-feira (25/5) no Setor de Oficinas Sul. A vítima, ainda não identificada, é um adulto do sexo masculino.
A delegada Déborah Menezes da 8ª Delegacia de Polícia (SIA) espera o laudo do Instituto Médico Legal para avaliar quais rumos deve seguir nas investigações. ;Se é uma pessoa que não tem ficha criminal, ela pode ter sido vítima de algum crime. Caso ela possua, não está descartada a possibilidade de acerto de contas;, afirma.
A delegada acredita que os criminosos queimam as vítimas somente para que ela não seja reconhecida. ;Isso representa um nível de deturpação mental grave, não há necessidade de queimar se a vítima já está morta. Cadáver não fala. É pura perversidade;, afirma.
O crime ocorreu 15 dias depois de encontrarem o corpo da moradora de rua Cássia Aparecida da Cunha Pereira, 31 anos, próximo ao Setor Hoteleiro Norte. A vítima foi queimada após ser atacada por três homens com um pedaço de madeira. Todos os envolvidos estavam sob efeitos de bebidas alcoólicas.
Para o delegado Ricardo Yamamoto da 5ª Delegacia de Policia (área central), os corpos carbonizados não podem ser considerado algo generalizado no DF. ;São fatos isolados. Não há uma identidade entre os crimes que justifiquem uma banalização;, declara. ;Se fossem só índios ou só mendigos poderíamos dizer que há um movimento nesse sentido;, completa.
Identificação
No dia 23 de abril, a polícia encontrou um carro carbonizado próximo ao Catetinho. A polícia ainda aguarda o resultado do exame para comprovar se a vítima era Marlúcia Rodrigues Juvenal, ex-mulher do proprietário do veículo queimado.
Já em março, um corpo carbonizado foi encontrado no P Norte. No entanto, não havia condições de identificar o sexo da pessoa morta e até hoje aguardam o laudo do Instituto Médio Legal (IML).
"Acredito que quando feitos dessa maneira, os crimes servem para apagar as pistas e atrapalhar na identificação dos corpos", enfatiza o delegado.
Um laudo de identificação do IML nos casos de carbonização dos corpos pode demorar mais de 25 dias para ficar pronto, dependendo do estado de decomposição da vítima.