Cidades

Secretário de Segurança participa de bate-papo no auditório do Correio

;

postado em 27/05/2009 23:02
O Correio Braziliense promoveu mais um bate-papo entre leitores e autoridades convidadas nesta quarta-feira (27/5) no auditório do jornal. O projeto Dois Pontos trouxe para discussão o tema "Violência Urbana: como se proteger", em uma conversa com o secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Valmir Lemos, respondendo às perguntas da jornalista Samanta Sallum e dos leitores que lotaram o auditório. O secretário de segurança respondeu as perguntas da jornalista Samanta Sallum (E)No formato de conversal informal, os assuntos abordados foram os que que constantemente aparecem nas reportagens do Correio e no cotidiano dos brasilienses: proteção, sensação de segurança, influência da imprensa, policiamento ostencivo, efetivo policial, entre outros. O debate começou às 19h50 e, devido ao número grande de perguntas, se estendeu até 22h15. O secretário reforçou, durante todo o debate, a importância de o cidadão buscar sua própria segurança, proteger-se e não só deixar nas mãos da polícia a questão. "Precisamos unir as pessoas de bem para que façamos uma segurança com 15, 20 mãos. Não há soluções mágicas para as questões de proteção, e o Estado não consegue e nem deve responder sozinho por isso", afirmou. Entre uma das soluções, Valmir destacou a vigilância privada, que conta com aproximadamente 18 mil pessoas, enquanto a Polícia Militar tem um efetivo de 14 mil. Questionado diversas vezes sobre o número de policiais nas ruas, explicou: "temos no Distrito Federal, um policial para cerca de 170 pessoas. É um número grande, mas muitas vezes é desfalcado por Brasília ser sede da capital federal e exigir, por exemplo, diariamente policiais se deslocando para eventos da esfera federal na Esplanada dos Ministérios". De acordo com ele, o policiamento nas ruas, ostensivo, é de extrema importância por ser, principalmente, um fator de cria uma sensação de segurança. Questionado por um grupo aprovado em concurso público para Polícia Civil, sobre o aumento do efetivo, Lemos reforçou a necessidade de pessoal. "Até o final deste ano pelo menos 300 policiais civis vão se aposentar e, em dois anos, 2 mil policiais militares. O governador Arruda já autorizou concurso para a contratação de PMs e prometeu a nomeação dos que já foram aprovados. Mas, como todo o mundo, o DF sofreu com a crise economica mundial e R$ 230 milhões do Fundo Constitucional que é para esse pagamento foi cortado", explicou. Os postos comunitários de segurança, uma das principais medidas do Governo do Distrito Federal em relação à segurança pública, foram questionados. Os leitores perguntaram até que ponto eles são importantes, se, na maioria das vezes que são acionados, os policiais dizem que não podem sair dos postos e ir até os locais onde garotos se drogam, moradores de rua fazem gestos obscenos e criminosos assaltam bancas de revistas. "Os postos policiais nas cidades têm a finalidade de criar uma aproximação entre os cidadãos e a segurança. Queremos esses policiais fazendo contato com os moradores, para conhecer de perto os problemas. Como todo novo projeto, ele tem seus problemas. Estamos até hoje aprendendo sobre os locais onde foram e devem ser instalados, sobre os equipamentos que faltam, sobre como unir esse policiamento aos batalhões da PM e às delegacias", disse. "É claro que não é uma solução mágica, e principalmente no Plano Piloto, onde as próprias pessoas não conhecem os vizinhos. Nas cidades, por exemplo, temos números que apontam 78% de satisfação." O secretário reforçou a importância de educar e trazer os jovens para dentro de casa, afastando-os das drogas. Com autoridades da PM, Polícia Civil e Corpo de Bombeiros presentes, explicou que cerca de 70% das ocorrências de homícidio e outros crimes estão ligados ao consumo e tráfico de drogas. "O usuário de drogas, se não for alcançado o mais rápido possível, vai acabar se envolvendo com o crime. Ele é, sem dúvida, um potencial criminoso que precisamos combater", afirmou. Sobre a importância de ter a imprensa como parceira para não só divulgar números que assustem a população, mas ajude a trabalhar esses números e analisar os dados, Lemos disse: "este é um momento muito positivo. Temos a preocupação no que diz respeito à divulgação dos dados sem a devida discussão. Dizer por exemplo, que 15 ou 20 carros são furtados por dia, sem expor e comparar com os 5 mil carros que são emplacados por mês não faz sentido. Até que ponto os 30% de aumento na incidência de sequestros relâmpagos são comparados com o crescimento da população e da cidade?" Para finalizar o debate, o secretário explicou que a confiança das pessoas na segurança pública é um dos principais pontos para que esse serviço de fato funcione. "Se o filho de uma senhora é assaltado duas vezes na saída da escola e nem esse menino, nem essa senhora, vai até a delegacia fazer um boletim de ocorrência, o dano material que ele teve pode se tornar algo muito pior. As pessoas desacreditarem na polícia e não procurarem a ajuda dela para se protegerem, acaba por colaborar para que bandidos que hoje levaram o tênis de um garoto no futuro cometam um latrocínio, por exemplo.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação