Cidades

Cinco PMs vão a júri por dois homicídios

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postado em 01/06/2009 08:36
Após 11 anos de espera e de dois julgamentos adiados, os familiares de dois brasilienses torturados e assassinados na Bahia esperam que a justiça seja feita a partir desta segunda-feira (1ª/6) na comarca de São Desidério (BA). Estarão sentados no bancos dos réus os cinco policiais militares acusados da morte do policial civil do Distrito Federal Jésus Antônio de Oliveira e do técnico do Ministério da Fazenda Daniel Pereira da Silva. O duplo homicídio ocorreu em fevereiro de 1998. A previsão é de que o Tribunal do Júri defina as sentenças de cada envolvido até a próxima quarta-feira. Além do desfecho demorado, o caso chama a atenção pela pressão sobre o Judiciário local. O primeiro julgamento, marcado para 2 de dezembro de 2008, acabou suspenso quatro minutos antes do início da sessão. O advogado de um dos réus enviou um fax em que se dizia impossibilitado de comparecer ao fórum por causa de uma cirurgia dentária. Os trabalhos, assim, foram transferidos para 3 de março. Nesse dia, houve intimidação de testemunhas. PMs circularam armados pelo prédio. O juiz alegou problemas pessoais e adiou o julgamento para hoje. Desta vez, no entanto, a responsabilidade pelo julgamento ficou para o juiz substituto de São Desidério, André Gamma. ;Nas duas ocasiões, familiares e representantes de vários órgãos de direitos humanos estiveram na cidade e, mesmo assim, nada aconteceu. Esperamos que agora eles (os acusados) sejam julgados. Executaram pais de famílias e fizeram o papel de juiz, como se no Brasil existisse pena de morte;, afirmou a irmã de Jésus, Affonsa de Ligório de Oliveira. Ela está entre as 41 testemunhas citadas na denúncia apresentada pelo Ministério Público (MP) local. Para Affonsa, os detalhes dos crimes chocam por conta dos sinais de tortura e da irresponsabilidade de homens formados para oferecer segurança à população. Jésus e Daniel eram amigos de infância e moravam em Sobradinho. Perderam a vida a caminho da confraternização anual da turma, prevista para 8 de fevereiro de 1998 em Angical (BA). Mais de 30 pessoas seguiram para o interior baiano em um ônibus alugado. Eles preferiram seguir em um Gol branco. Acompanharam de perto o veículo dos colegas até que um problema nos pneus do ônibus dividiu a turma.

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