Cidades

Pistas de Ceilândia, Taguatinga e Plano Piloto lideram estatísticas de acidentes fatais no DF

;

postado em 06/06/2009 07:32
A violência do trânsito, que no ano passado matou 416 brasilienses, atinge principalmente três cidades do Distrito Federal: Ceilândia, Taguatinga e Plano Piloto são as campeãs de acidentes fatais. Juntas, as regiões respondem por quase metade dos 168 casos registrados em vias urbanas (os demais foram em rodovias administradas pelo DER). Ao todo, 79 pessoas perderam a vida em avenidas como a Hélio Prates, a Elmo Serejo, Comercial de Taguatinga e W3 Sul. O Detran vai intensificar campanhas de educação, aumentar a rigidez na fiscalização e focar os investimentos nessas áreas para reduzir as mortes nas vias da capital. Ceilândia lidera o ranking de acidentes fatais. No ano passado, foram 31 colisões, atropelamentos ou choques de veículos em objetos fixos, como postes e muros, que deixaram 31 pessoas mortas. Em Taguatinga, o Detran registrou 25 acidentes, com saldo de 26 mortos. Já no Plano Piloto, o trânsito fez 23 vítimas em 23 acidentes fatais. Os dados são fazem parte de um levantamento do Detran que acaba de ser concluído. As três cidades têm em comum uma estatística. Em todas, os atropelamentos são a principal causa de morte. Em Ceilândia, eles respondem por 54,8% dos acidentes fatais. Em Taguatinga, representam 52% dos registros e, no Plano Piloto, 61%. Especialistas apontam a necessidade de investimentos em iluminação, sinalização e, principalmente, educação dos motoristas para mudar o quadro. Os números podem parecer frios, mas cada um desses registros guarda a dor de famílias que perderam entes queridos. Na casa em que viveu a auxiliar de serviços gerais Luzia Pereira de Souza Neta, morta em um atropelamento em julho de 2007, aos 29 anos, o pesar é agravado pela impunidade. ;O motorista que a atropelou não foi condenado, não se manifestou, não fez nada. Não temos nem notícia;, conta a prima de Luzia, Bárbara Feitosa, 27. ;O laudo da perícia mostrou que o motorista estava a 90km/h em uma via com limite de 60km/h. Mas o resultado foi dado como inconclusivo;, revolta-se. O acidente ocorreu na madrugada de um domingo. Luzia, que trabalhava em uma faculdade da região, tinha passado a noite no Pistão Sul, região com muitos bares e boates, e estava voltando para casa na QSD 33, em Taguatinga Sul. Ela morreu na hora após ser atingida pelo Corsa (JGR 2527-DF) conduzido por Jorge Emanuel Carvalho, 24, que parou para prestar socorro. ;Não sei se ele é culpado, mas acho que o motorista deveria ter seguido a sinalização porque tinha muita gente na rua. Ele foi imprudente;, acredita Bárbara. O gerente de Fiscalização do Detran, Silvaim Fonseca, diz que o órgão trabalha para fazer com que os motoristas respeitem os pedestres. Ele também explica que Ceilândia, Taguatinga e Plano Piloto têm atenção especial dos fiscais por causa das estatísticas. ;Só este ano, já aplicamos 929 autos de infração a condutores que desrespeitaram a faixa de pedestres. Também foram 76 mil multas por avanço de sinal vermelho;, destaca Fonseca. Ele afirma que, com a lei seca, muitas pessoas optaram por beber perto de casa. ;Ao fim da noite, esses motoristas andam bêbados pelas ruas e se tornam mais vulneráveis aos carros;, acrescenta o gerente de Fiscalização. Tendência nacional O especialista em segurança de trânsito Luís Miúra, ex-diretor do Detran-DF, explica que o alto número de atropelamentos é uma tendência nacional. ;Isso tem relação com a falta de educação dos motoristas brasileiros. Eles dirigem como se fossem donos do espaço e não prestam atenção no que está em volta, como a sinalização e, principalmente, os pedestres;, destaca. Ele explica ainda que crianças e idosos estão ainda mais sujeitos a atropelamentos. Já nos casos de colisões, os condutores de 20 a 29 anos são os que mais morrem no trânsito. ;As crianças e idosos são sempre os mais vulneráveis e, por isso, normalmente são as principais vítimas de atropelamento. Essa estatística reflete a situação de selvageria do trânsito e o egoísmo dos motoristas;, finaliza o especialista. Capotagem no Lago Sul Por volta das 18h de ontem, a jovem Aline Canil, de 25 anos, perdeu o controle da direção do Ford Ka (JEF-8452-DF) que conduzia ao tentar ultrapassar outro veículo. Ela estava na altura da QI 23 do Lago Sul, em direção à Ponte JK. O carro bateu no meio-fio e, em seguida, capotou e ficou com as rodas para cima. A vítima teve apenas ferimentos nos braços, provocados pelos estilhaços dos vidros quebrados. Aline foi retirada pelo porta-malas. Leia mais na edição impressa deste sábado (6/6) do Correio Braziliense

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação