postado em 08/06/2009 08:26
O fim de semana deixou um rastro de sangue nas pistas do Distrito Federal. Seis pessoas morreram e pelo menos 13 ficaram feridas em acidentes ocorridos nas vias urbanas e nas estradas que passam pelo DF, entre a manhã de sábado e o fim da tarde de ontem. Em três dos cinco acidentes, os motoristas fugiram sem prestar socorro às vítimas. Policiais do Gama procuram o condutor de uma caminhonete F-250 acusado de provocar uma batida que matou duas pessoas na noite de sábado. Parentes e amigos de Pedro Gonçalves da Costa, 16 anos, atropelado quando ia para a escola na Avenida W3 Sul, no mesmo dia, se despediram do garoto estudioso na manhã de ontem.
O acidente no Gama ocorreu por volta das 20h, no Km 20 da DF-290, em frente à estação de tratamento de esgoto da Companhia de Saneamento Ambiental do DF (Caesb). A colisão envolveu três veículos, a F-250, um Monza e um Palio. Segundo informações da 14ª DP (Gama), que investiga o acidente, testemunhas contaram que a caminhonete invadiu a faixa de rolamento contrária e bateu nos outros dois carros. O motorista do Monza, Edvaldo José da Cruz, 53 anos, e uma passageira do carro, Maria Barbosa Lua de Barros, 50, morreram na hora.
Outros três passageiros do Monza e três pessoas que estavam no Palio, entre elas a motorista, Alba Maria Cúrcio Ferreira Machado, 45 anos, foram encaminhadas ao Hospital do Gama. Até o fechamento desta edição, a polícia ainda não havia localizado o motorista que provocou o acidente. Os policiais não tinham suspeitas de porque ele fugiu do local da batida. De acordo com o delegado plantonista da 14ª DP, Rafael Ferreira Bernardino, as testemunhas não mencionaram que ele poderia ter bebido. ;O motorista já está identificado, mas ainda não foi localizado;, contou.
Cinco horas antes, uma colisão entre um Peugeot, placa JHC-2182, do Distrito Federal, e um Palio, placa HHE-3248, de Minas Gerais, matou outras duas pessoas. Os dois veículos pegaram fogo depois da batida, ocorrida no Km 114 da BR-040, próximo a Cristalina, por volta das 15h. Ajudados por caminhoneiros que passavam pelo local, duas mulheres e dois homens que estavam no Palio e o condutor do Peugeot foram retirados dos veículos. No entanto, uma das passageiras do Palio ficou presa nas ferragens e teve o corpo carbonizado. A Polícia Rodoviária Federal acredita que ela já estivesse morta em decorrência do impacto do acidente.
O motorista do Palio morreu no começo da noite no Hospital de Cristalina. Dos cinco passageiros do automóvel, quatro são irmãos. O motorista do Peugeot sofreu apenas escoriações leves. As informações foram fornecidas por agentes do Posto da Polícia Rodoviária de Cristalina, que preferiram preservar a identidade das vítimas. Até a tarde de ontem, nenhum parente havia aparecido no Instituto Médico Legal de Luziânia para retirar os corpos.
O outro morto em acidente no fim de semana é Elias Rodrigues da Silva Neto, 28 anos. Wanderson Nunes da Silva, 33, atropelou a bicicleta de Elias, na Avenida Hélio Prates, no sábado, e fugiu sem prestar socorro. O teste do bafômetro mostrou que o condutor estava embriagado. Wanderson também foi preso, mas pagou fiança e conseguiu a liberdade.
Sepultamento
O pai do estudante atropelado na W3, o servidor público Franklin Costa, 50 anos, pediu aos amigos do filho ontem, durante o sepultamento do rapaz, que sejam prudentes no trânsito e, principalmente, não bebam antes de dirigir. Pedro foi atingido pelo Fox conduzido pelo universitário Bruno Morais Dantas, 21 anos, que havia passado a noite em uma festa regada a vodca e energético. O motorista fugiu depois do acidente, mas foi preso em casa, na 209 Sul. Três horas após a tragédia, ainda tinha álcool no sangue (o bafômetro apontou 0,53 miligramas de álcool por litro de ar expelido dos pulmões). Bruno continuava detido no Departamento de Polícia Especializada (DPE), no Parque da Cidade, até o fim da tarde de ontem.
Enquanto enterrava o filho, Franklin fez um apelo. ;Vocês, que são jovens, pensem na sua família e na sua cidade. É difícil dizer que não vamos ver fatos lamentáveis como esse, mas temos condições de frear esses acontecimentos se nos conscientizarmos. Assim, quem sabe, vamos saber que um menino vai atravessar a avenida sem ser morto de forma tão brutal;, alertou.
O corpo de Pedro foi sepultado no Cemitério Campo da Esperança, na Asa Sul, às 11h. Morador do Núcleo Bandeirante, ele foi morto na altura da 512, quando ia para o Centro de Ensino Médio Setor Oeste. Abalada, a mãe do adolescente não conseguiu acompanhar a cerimônia.