Cidades

Setor de Diversões ganha espaço Amigos do Conic

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postado em 09/06/2009 14:00
A partir desta quarta-feira (10/6), os frequentadores assíduos do Conic vão ganhar um novo espaço. No local democrático, poetas, pintores e artistas poderão expor seus trabalhos e manifestos. A inauguração está marcada para às 12h30. O ;Amigos do Conic;, nome dado ao espaço, funcionará no edifício T4, que fica atrás do Teatro Dulcina de Moraes. A tentativa é de não deixar o espaço morrer. Um banner de 2 a 4 metros identificará o local. Os dizeres? Uma crônica da jornalista Conceição Freitas ;Inquieto e Atrevido;, se refere à cronista ao Conic. A Orquestra Meninos de Ceilândia homenageará o evento. A diretoria da escola de samba carioca Beija-Flor, que visita Brasília, além de uma porta bandeira da escola também devem comparecer ao local. Inquieto, Atrevido Meia hora de Conic é suficiente para reduzir a pó a lengalenga de que Brasília é uma cidade fria. O Conic desarruma a cidade planejada, é insubordinado, pornográfico (;sexo ao vivo com a participação do público;), inquieto, múltiplo, negro, jovem, popular, cachaceiro,forrozeiro, evangélico. Ontem, por exemplo, antes das oito da manhã, o Chico já estava insuflando as massas, convocando os companheiros para as agitações de mais um dia de greve dos vigilantes. Chico, o Vigilante, envelheceu, mas continua vigoroso. O ex-deputado federal, atual presidente do PT, fica muito bem de calça jeans e camisa de manga comprida. Bem melhor do que de terno e gravata. Tenho pra mim que o autêntico Chico é aquele que cedinho vai pra porta da CUT. Não aquele do Congresso ou da Câmara Legislativa. Há outros vigilantes no Conic. Os que por volta das dez da manhã já estão tomando cerveja em frente ao cine Ritz, por exemplo, vigiam as moças que farão, logo mais, streap tease e algo mais. Há outros que vigiam os restaurantes. Onze da manhã e já tem gente enfrentando um prato de arroz, feijão e carne de charque. Um rapaz vestido como se fosse um mágico ; cartola e fraque ; descansa numa cadeira de praia em frente a uma loja de discos. Vigia o sonho. No Quiosque Cultural do Ivan da Presença, fico sabendo que hoje será inaugurada a Praça das Bicicletas, dos skates, dos patins, dos rolimãs, dos patinetes%u2026 A nova praça da capital planejada não nasceu numa prancheta. Nem foi autorizada pelo Iphan. Também não se gastou um centavo do dinheiro público. A praça surgiu do uso que a população passou a fazer daquele mar de cimento que envolve o Museu e a Biblioteca Nacional. Se o projeto de Niemeyer afugentou a vegetação, os brasilienses inventaram um novo modo de vida naquele chão inóspito, a Praça das Bicicletas. A entidade que está organizando a inauguração, a BicicletadaDF, pretende juntar música e arte ao protesto ;contra a sociedade do automóvel;. No Conic também fiquei sabendo que hoje à noite, no Teatro da Caixa, haverá o 1º Encontro Nordestino de Cordel em Brasília. Só é de se estranhar, que numa cidade tão nordestina, este seja o primeiro encontro de cordelistas. O Conic também me contou que no final de semana que vem Olhos d;Água realiza a 72ª Feira do Troca. Faz parte da programação o Ziriguidum do Além do inesgotável Renato Matos. Tivesse a cronista mais preparo físico, participaria com gosto da 9ª Cavalgada ao Muquém, nos dias 6 e 7 do mês que está chegando. Brasília ainda desconhece o fenômeno que é a centenária festa religiosa do Muquém, que ocorre em Niquelândia, todo mês de junho, há mais de duzentos anos. É a mais antiga romaria de Goiás. As estimativas variam, mas, por baixo, mais de 150 mil pessoas participam dos 10 dias da festa que começa com uma procissão de 45 quilômetros pela Rodovia da Fé que vai de Niquelândia, a 360km de Brasília, ao povoado de Muquém. Mais informações no quiosque do Ivan. Deixo o Conic ao som de um forró de pé de serra saindo de uma loja de roupas. No Conic, Brasília é uma cidade qualquer e isso é muito bom! (CF)

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