postado em 16/06/2009 20:27
O Distrito Federal ficou em primeiro lugar no ranking nacional de transplantes de córneas. No cálculo de procedimentos por milhão de habitantes, no primeiro trimestre de 2009, o DF teve Ãndice de 147,3 de transplantes e ficou à frente de São Paulo, com 144,5. A média brasileira é 66,5.
Apesar do DF ter a maior média de procedimentos, as doações de córneas não são suficientes para zerar a lista de espera. Segundo dados da Secretaria de Saúde do DF, atualmente existem 500 pacientes na fila de espera esperando o transplante de córnea.
De acordo com dados divulgados no relatório da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos ; ABTO (), nos transplantes com doador vivo, no paÃs, o hepático aumentou 12%, representando 11% dos transplantes, e o renal caiu 4%, sendo a sua percentagem a mais baixa já observada no paÃs (44%).
O transplante de córnea apresenta alta porcentagem de sucesso, que varia entre 80% e 90%. Em casos complicados, a taxa de sucesso pode diminuir conforme o tipo de patologia ocular. Mesmo que ocorra rejeição, o que é raro, um novo transplante pode ser realizado, entrando com medicamentos um pouco mais fortes para evitar novas rejeições.
A cirurgia de córnea é mais simples do que os transplantes renais ou hepáticos, por exemplo. O implante do tecido não requer que o doador tenha morte cerebral. Só pacientes com AIDS, câncer ou hepatite B não podem doar.
Convênio
Segundo a Secretaria de Saúde do DF, o trabalho do Banco de Olhos, que funciona no Hospital de Base, é outra justificativa para o bom desempenho do programa de transplantes de córneas na capital.
O Banco de Olhos tem um convênio com o Instituto Médico Legal. Caso haja óbito nas ruas, o IML comunica a central e, dessa forma, o contato com as famÃlias de possÃveis doadores é rápido e as chances de captação são maiores.
Atualmente, só existem seis centros consolidados no paÃs, onde profissionais agilizam a autorização para a doação do tecido.
Saiba mais
O transplante de córneas é mais simples do que os outros tipos de cirurgia. Entenda por quê:
- Os médicos podem retirar a córnea do doador até seis horas após a parada cardÃaca
- Utiliza-se preferencialmente a anestesia local
- O doador não precisa ter parada cardÃaca para que o médico faça a retirada das córneas
- Como a córnea não tem vasos sangüÃneos, o doador e o receptor não precisam ser compatÃveis
- Qualquer pessoa pode ser doadora de córnea, com exceção de portadores do vÃrus HIV, pessoas que sofrem de câncer ou hepatite B
- A retirada dos tecidos não precisa ser feita em ambiente hospitalar. Os médicos podem captar as córneas no local da morte do doador
- A retirada das córneas não deforma nem deixa marcas no doador