Cidades

Academia de Dança Clássica retoma romantismo em novo espetáculo

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postado em 18/06/2009 08:45
Histórias de amores épicos interrompidos pelo destino contadas com a emoção dos movimentos do corpo. Camponesas, sacerdotisas, fadas, espíritos bailam para contar a era romântica do balé clássico. No palco, bailarinos experientes de todo o mundo já encenaram dramas, amores e lendas nas pontas dos pés. Mas, de amanhã a domingo, corpos pequeninos usam o tablado para tomar de emoção quem está à frente. São cerca de 400 crianças bailarinas que vão apresentar A era romântica, espetáculo de autoria da bailarina Norma Lilia Biavaty, no Teatro Nacional. Para reviver os ideais do romantismo, de valorização do sentimento e da imaginação livre, as bailarinas vão apresentar duas obras originadas nos anos 1800: Gisélle e La Bayadère. Grandes espetáculos até então encenados por corpos de baile de grandes companhias do mundo. Mas, dessa vez, adaptados para as futuras bailarinas profissionais. ;Resolvi inverter, dar oportunidade aos alunos de conhecerem essas obras mais difíceis e que são importantes, principalmente para a cultura dessas crianças. Nessa época, os artistas buscavam mais as emoções;, explicou Norma Lilia, fundadora da Academia de Dança Clássica de Brasília, e que tem mais de 50 anos de carreira. Beatriz de Melo Marinho e Carla Salvucci Gonçalves, ambas de 9 anos, estão ansiosas para estrear. Com tão pouca idade, elas já praticam a dança desde os 4 anos. E, apesar de já estarem habituadas ao palco e à plateia, vivenciam o nervosismo, dias e horas antes das apresentações. As meninas praticam três vezes por semana há três meses para mostrarem técnica e fluidez no palco. ;É muito emocionante. Vamos dançar Gisélle!”, empolga-se Carla. ;Eu amo o balé;, simplifica Beatriz. Rebecca Chaves Pissutti, 9, bailarina desde os 2 anos, está sem dormir. ;A gente ainda fica nervosa. Mas ensaiamos muito e vai ser lindo;, promete, segura. Ao lado delas, grandes bailarinas brasilienses dão forma aos papéis principais. A professora Adriana Palowa, 35 anos, há 20 bailarina, dançará o pas-de-deux ; dança para dois ; na La Bayadère. ;Esse espetáculo foi feito para as crianças. Para elas é um desafio, mas para mim também. Sempre é. Mas o amor pela dança supera tudo;, diz a bailarina, que se recupera de uma inflamação no tornozelo. ;O palco, a magia da dança nos faz ficar apaixonadas pelo balé;, completa. Histórias O espetáculo começa com a obra Gisélle, camponesa que se apaixona por um nobre sem saber que ele é príncipe. Ele retribui. Mas um camponês também encantado por Gisélle conta a ela que o príncipe está noivo. A camponesa fica inconsolável e morre. Os espíritos das virgens cercam o príncipe que visita o túmulo da amada. Mas Gisélle faz o impossível para salvá-lo de ser morto por elas, e o príncipe é salvo pela luz do sol. Na segunda parte, entram as pequeninas que encenam La Bayadère e continuam emocionando e contando histórias do mundo mágico. Uma sacerdotisa perde o amor que foi prometido a outra. No casamento, ela é picada por uma serpente venenosa e morre. O amante se mortifica de tanta tristeza e o templo cai em ruínas. A sacerdotisa, então, retorna para buscá-lo e, a seu lado, viver o amor eternamente. ;São histórias lindas, românticas, que deixam a gente emocionada. Eu só tinha ouvido falar, mas pesquisei, a professora conversou com a gente. E me apaixonei pela história e pela dança, que tem muitos movimentos. O figurino é lindo demais;, disse Carla Mendonça Madeira, 12 anos, que será uma camponesa. ;Ainda é raro em Brasília aparecerem grandes espetáculos de dança clássica. A era romântica dá a oportunidade de as pessoas conhecerem essas obras grandes e famosas;, acrescenta Norma.

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