Cidades

Taxistas do aeroporto aprendem inglês e atendem melhor estrangeiros

postado em 19/06/2009 08:40
Good morning (bom dia), good night (boa noite), can I help you?(posso ajudá-lo?)... Essas e outras frases da língua mais utilizada no mundo, o inglês "além do tradicional be welcome to Brasília, que significa bem-vindo a Brasília", embora estejam entre as mais conhecidas, não faziam parte do vocabulário de 63 taxistas que trabalham no Aeroporto Juscelino Kubitschek. Depois de passarem sufoco para se comunicar com passageiros estrangeiros, eles resolveram se matricular em um curso de idiomas. Estudaram durante quatro meses e, ontem, receberam o diploma de conclusão do nível básico. A solenidade foi realizada pelo Instituto Brasília de Idiomas, no auditório do Sesc da 504 sul. Essa é a primeira vez que a categoria se une para aprender inglês no Distrito Federal. De acordo com a presidenta do Sindicato dos Taxistas, Maria do Bonfim, cerca de 70% dos cinco mil permissionários existentes em Brasília não sabem falar o idioma. "Tenho certeza que mais taxistas vão procurar se capacitar", acredita. Francinaldo dos Santos, 27 anos, Wagner Campelo Gerardi, 36, e Anderson Derli Wader, de 33 anos, estão entre os 63 profissionais do setor que não perderam tempo. "Era difícil demais entender o que os gringos falavam e a gente até perdia dinheiro. Agora dá para levá-los a restaurante e boate tranquilamente", garante Anderson. O inglês também servirá para atender melhor aos estrangeiros que vierem a Brasília para assistir aos jogos da Copa do Mundo, em 2014. Mas ter de trabalhar e arranjar tempo para estudar não foi uma tarefa muito fácil para esses profissionais. Com uma carga horária diária de 12 horas, os taxistas que concluíram o curso tiveram de abrir mão de fazer corridas das 12h30 às 13h45, período em que frequentaram as aulas. Determinação Para o taxista Antônio Manoel Gomes Braz, 47 anos, as dificuldades foram além da falta de tempo. Com apenas a 6ª série do ensino fundamental, ele pensou que nunca seria capaz de aprender a falar o básico de inglês. "No começo foi muito difícil. Pensava: "Meu Deus, o que estou fazendo aqui?", relembra. Aluno dedicado, ele foi o único que não faltou a um dia sequer de aula. Estudava em casa com a filha de 17 anos. Antônio não esquece o dia em que um estrangeiro entrou em seu táxi. "Ele perguntou se eu falava inglês, mas eu nem sabia o que ele estava perguntando. Só fui descobrir no curso", conta. E Antônio não pensa em parar de estudar. Ele tem consciência de que ninguém fala inglês em um estalar de dedos. "Vou continuar estudando para em 2014 estar afiado. Acho que daqui para lá já estou falando alguma coisa", disse, otimista.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação