postado em 20/06/2009 12:45
Durante o dia ou a noite, o movimento era intenso na quadra 29, conjunto C do Paranoá. Em uma das casas da região, o acesso a vários tipos de droga era facilitado. ;As pessoas apareciam por aqui a qualquer hora do dia. Muitas crianças e adolescentes roubavam e vinham trocar mercadorias por drogas;, diz uma das vizinhas, que não quis se identificar.
No fim da tarde desta sexta-feira (19/06), o problema que incomodava a vizinhança chegou ao fim. A Polícia Civil prendeu a família que morava no lote onde as drogas eram comercializadas, principalmente crack, merla e cocaína. Terezinha Bezerra do Nascimento, 51 anos, sua filha Ceiciany Bezerra do Nascimento, 27 anos, e o outro filho Paulo Sérgio Bezerra do Nascimento, 26 anos, foram surpreendidos em suas casas. No local, a polícia encontrou 36 pedras de crack, uma lata de merla e R$ 345 em dinheiro.
Segundo o delegado-chefe da 6ª Delegacia de Polícia no Paranoá, Miguel Lucena, a família vendia o material na própria residência para usuários e ainda distribuía para outros revendedores. ;Um traficante preso recentemente já havia acusado Terezinha de revender drogas aqui na região, o que ajudou nas investigações;, disse o delegado.
Venda familiar
A Polícia investigava a família há dois meses. O filho de Terezinha, Paulo Sérgio, já tem passagem pela polícia por tráfico de drogas e assalto. Ele estava em liberdade condicional e devido à reincidência no crime, deve ter a nova pena agravada. Ele negou que vendia as drogas, mas confessou ser usuário e que a merla encontrada era para consumo próprio.
Presa na delegacia com os dois filhos,Terezinha do Nascimento negou as acusações. ;Eu não tenho nada a ver com isso, eles encontraram a droga no quarto da minha filha. Quem vendia drogas era o ex-marido dela;, disse. Ceiciany não quis comentar.
Insegurança
O tráfico de drogas ocorria há mais de dez anos no local, segundo moradores da região. ;Se a Terezinha traficava ou não eu não sei, mas ela sabia que os filhos faziam isso e mesmo assim deixava;, disse uma outra vizinha que também não quis se identificar.
Com medo de retaliações, muitos moradores desconversam. Maria Mercê Oliveira, vizinha da família, diz que não sabia de nada. ;Nunca vi nada suspeito na casa;, garantiu. Outra vizinha diz que teme ser perseguida.;A gente não pode dizer nada, eles vão ficar presos por pouco tempo, É sempre assim. E depois podem vir atrás da gente;, ressalta.
Os três integrantes da família foram indiciados por tráfico de drogas, com pena prevista de cinco a 15 anos de prisão. Caso seja comprovado que houve formação de quadrilha, eles ainda poderão somar de três a dez anos de reclusão por associação para o tráfico de drogas. Agentes da 6ª DP investigam o envolvimento de mais pessoas no caso e também a existência de outros pontos de venda.