postado em 21/06/2009 23:18
O advogado Pedro Ferreira dos Santos, 54 anos, também está na lista dos motoristas imprudentes que continuam a misturar álcool e direção. Após bater no carro de uma família de Águas Claras e, por pouco, não provocar uma nova tragédia brasiliense, ainda saiu no lucro. Mesmo estando com fotes sinais de embriaguez %u2013 conforme constatou o exame no Instituto de Medicina Legal (IML) %u2013, ele teve consciência de se recusar a fazer o exame do bafômetro. A estratégia o safou de ficar preso e ser autor num inquérito policial originado na 3ª Delegacia de Polícia (Cruzeiro). "Como não havia comprovação de que ele tinha ingerido mais de 0,3 miligrama de álcool por litro de ar, não há como originar um inquérito criminal", explicou o delegado de plantão, Paulo Carvalho.
O motorista da Mitsubishi Pajero NFT 0810-DF bateu na lateral do Fox JHV 3134-DF da administradora Aletea Frioli, 32, na Estrada Parque Indústrias Gráficas (EPIG) por volta das 19h39 deste domingo. Além dela, no carro menor havia o marido e dois filhos: de 13 e quatro anos. "A gente errou o caminho para a Estrada Parque Indústria e Abastecimento (EPIA) e pegou outra via. Então, quando íamos pegar o retorno fomos surpreendidos pelo carro dele, que nos fechou. Após bater na gente, ele fugiu. Só parou porque o semáforo em frente à Octogonal fechou", afirmou Aletea. "Ele nos ameaçou, dizendo que estava armado e que ia matar meu marido", emendou.
Pedro acabou preso na QRSW 503 do Sudoeste porque parou para verificar o dano em seu veículo. Lá, mesmo, se recusou a soprar o bafômetro. E foi recolhido à Delegacia do Cruzeiro. O morador do Sudoeste também não quis informar os dados pessoais e se mostrava intranquilo com os policiais. Por isso, teve de ser algemado. Somente com muito custo, assinou o boletim de ocorrência. Na delegacia, ele se queixava de ter sido agredido pelos PMs. Mas a máquina de raio X do IML estava quebrada, o que impediu de fazer o exame que detectaria a lesão no acusado.
A imprudência do advogado resultou apenas num termo circunstanciado. No documento, ele é acusado de injúria, calúnia, ameaça e fuga. Pedro vai responder em liberdade. Como são crimes de menor potencial ofensivo, deve pagar pelo que fez com uma prestação de serviços à comunidade ou, até mesmo, um simples pagamento de cesta básica. Para o consolo da família vítima do condutor, a carteira dele foi apreendida pela Polícia Militar. O processo administrativo deve resultar na cassação do direito do advogado de dirigir pelos próximos 12 meses. É o tempo que a sociedade ficará livre de mais um criminoso bêbado nas ruas.