postado em 22/06/2009 08:50
Um dos principais pontos de encontro de artistas da Vila Planalto, o ateliê A Casa da Vila, realizou nesse fim de semana o Dia da Pechincha. O público encontrou atrativos variados, havia de colares por R$ 10 a poltronas que podem custar até R$ 13 mil, no bazar. Tudo em valores menores do que o usual. Cerca de 800 pessoas visitaram o local, no sábado e domingo, para barganhar o preço de peças de arte e acessórios de moda assinados pelos designers.
O espaço recebe os convidados em um clima informal, ao ar livre, com venda de lanches e bebidas, no quintal de uma casa, com entrada gratuita. O material se espalha por cinco ambientes dentro e fora da residência. Os descontos não têm limite, a compra é acordada entre comprador e vendedor. Vence quem tiver o maior poder de convencimento.
O evento reuniu 10 artistas da cidade dispostos a negociar. Móveis e jóias assinados, tecelagem, gravuras, bolsas de capim dourado, brincos e posters exclusivos estão entre os produtos oferecidos. %u201CO que diferencia essa feira das outras é a possibilidade de levar para casa algo que só você vai ter. Como os artigos de artesanato contemporâneo, por uma quantia modesta%u201D, explicou a curadora do evento, a designer Mariana Dap.
Esse tipo de artesanato é uma arte manual com traços de modernidade e um caráter mais urbano do que o tradicional, de acordo com Mariana. O psicólogo Aldo Zaiden, 28 anos, morador da Asa Norte, soube do Dia da Pechincha por meio de uma amiga e resolveu visitar o espaço cultural para comprar um presente para a namorada.
Zaiden conseguiu desconto em um vestido da estilista Clarice Garcia, depois de muita negociação. Ele levou por R$ 240 o artigo que chega a custar R$ 300. %u201CÉ uma ideia muito interessante porque geralmente essas coisas são muito caras, mas valem a pena. Insisti até o preço cair%u201D, diz. A autora da roupa foi até a feira pessoalmente para vender as peças. %u201CTodos saem felizes daqui. É uma oportunidade muito boa para conquistar novos clientes, um público diferente do que se vê nos shoppings, por exemplo%u201D, ressaltou Clarice.
O espaço a céu aberto foi reservado para os móveis assinados. O centro das atenções era uma poltrona batizada de %u201Cmoleca%u201D que custava R$ 13 mil, de autoria do arquiteto carioca Sérgio Rodrigues, um dos designers mais respeitados do Brasil. O vendedor da mobília de luxo é o também designer Sidney José de Souza. %u201CHoje eu divido em até 13 vezes de R$ 1 mil. Tem gente que acha caro, mas trata-se de uma cadeira do início dos anos 1960, feita em couro tingido com anelina. Um primor em conforto%u201D, oferece Sidney. %u201CTalvez eu volte ao ateliê para comprar a cadeira. Tenho que pensar, mas fiquei tentada%u201D, confessou a administradora Luciana Solino, 32 anos, moradora da Asa Norte.
# Exclusividade
A design brasiliense Flávia Amadeu vendeu cerca de 50 colares e pulseiras feitos em borracha ecológica. O preço varia de R$ 25 a R$ 60. O material utilizado na confecção foi criado por alunos da Universidade de Brasília (UnB) e aproveitado por Flávia, que já exportou as bijuterias para a China, Canadá e Estados Unidos. Flávia vende os acessórios há dois anos. %u201CFiz meu mestrado nessa área porque a UnB estava a procura de novas sugestões para o aproveitamento dessa borracha, que é um produto de qualidade, limpo e que permite o desenvolvimento sustentável da Amazônia. É algo que não se vê em outro lugar, só eu faço%u201D, conta.
A Casa da Vila funciona no Acampamento Rabelo, Rua Planalto, há cinco anos. O espaço abriga três ateliês fixos e diversos expositores variáveis. %u201CTrouxemos o ateliê para a Vila para sair do eixo Asa Norte/Asa sul. Aqui tem sossego. Nunca vi lugar mais amigável. Essas características atraem artistas e consumidores de arte alternativa para a cidade, além de gerar empregos%u201D, relata Mariana Dap. O funcionamento é de segunda a sexta-feira, em horário comercial. Informações: 3306-1494, com Mariana.
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