postado em 23/06/2009 17:08
O Secretário de Saúde do Distrito Federal, Augusto Carvalho, prestou esclarecimentos nesta terça-feira (23/6) na Câmara Legislativa. Ele foi convocado pela Comissão de Educação e Saúde para falar de sua administração à frente da pasta, sendo questionado por diversos deputados sobre a atual situação da Saúde no DF.
Segundo o secretário, o maior problema enfrentado pela sua administração é a falta de profissionais. "Muitos médicos que foram convocados desistiram do cargo e também temos conhecimento de profissionais que forjam atestados médicos para não trabalhar", afirmou. Augusto Carvalho destacou, ainda, que muitos dos profissionais de saúde do DF estão se recusando a trabalhar nas regiões fora do Plano Piloto, o que complicaria ainda mais o quadro.
Ainda de acordo com o secretário, o projeto para implementação de cartões de saúde, promessa de campanha do governador José Roberto Arruda, já está sendo executado. "Já confeccionamos 800 mil cartões e informatizamos os hospitais de Samambaia, Gama e Guará", afirmou.
Na ocasião, Augusto Carvalho também defendeu a terceirização do Hospital Regional de Santa Maria, o que foi duramente criticado pelos parlamentares. "De forma injustificada, em janeiro deste ano, o GDF contratou com dispensa de licitação a Real Sociedade Espanhola em tempo recorde", questionou a deputada Érika Kokay (PT).
Carvalho no entanto, disse que está com a consciência tranquila com relação às medidas tomadas para o funcionamento do novo hospital. "Por que na Bahia a contratação pode ser feita e em Brasília não?", retrucou. Segundo o secretário, os processos de terceirização em curso são claros e transparentes e obedecem a legislação vigente.
O secretário ainda anunciou que os postos de saúde do DF não funcionarão mais 24h. A partir de 1º de julho os postos passam a funcionar de 7h às 22h. O secretário disse um estudo constatou que não é viável manter os postos em funcionamento durante toda a noite e madrugada.
CPI
A bancada do PT na Câmara aproveitou a presença de Augusto Carvalho na Casa para manifestar a intenção de instalar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar os problemas na área de saúde do DF. Para tanto é necessária a apresentação de um requerimento com no mínimo oito assinaturas dos parlamentares. Membros da comunidade presentes na audiência pública reforçaram o pedido, mostrando cartazes com os dizeres "CPI da Saúde".
Os estudantes da Escola de Saúde do GDF, por sua vez, mostravam-se preocupados com possíveis mudanças na administração da instituição, mas foram tranquilizados pelo secretário. "Não há qualquer estudo para privatização da Escola de Saúde", afirmou Augusto Carvalho.
Concursados de diversas áreas da saúde que ainda não foram chamados para a secretaria compareceram à audiência para pedir pelas nomeações, mas as notícias não foram as melhores. O secretário explicou "que está impossibilitado pelos limites fiscais e legais" de contratar todos os aprovados.