As festas juninas coincidem com a chegada das férias escolares e do inverno em Brasília o que acaba se tornando uma combinação perigosa entre fogueiras, fogos de artifício, álcool e churrascos o que eleva em quase 50% o número de atendimentos à queimados no Hospital Regional da Asa Norte (Hran), centro de referência em tratamento de queimados no DF, e também nos atendimentos feitos pelo Corpo de Bombeiros.
Segundo o diretor da unidade de queimados do hospital, Mario Fratine Gonçalves Ramos, em média o Hran atende 22 pacientes por mês, mas o número sobe para 35 entre os meses de junho e setembro. ;E é importante lembrar que o hospital atende apenas casos mais graves e que precisam de internação;, advertiu o médico, lembrando que o aumento pode ser maior. ;Isso acontece principalmente por causa das férias escolares e do tempo frio;, explicou Fratine. Segundo ele a maior parte dos atendimentos são de queimaduras por causa de liquido inflamável e liquido aquecido.
Nessa época do ano os Bombeiros também registram aumento no número de atendimentos. Segundo informações da corporação parte desses atendimentos é a vítimas de fogos de artifício e queimaduras em festas juninas, com fogo e líquido quente. Este ano já foram 89 casos, dez deles durante este mês. O número é quase igual às ocorrências registrada pelos Bombeiros em 2007. De janeiro a junho de 2007 foram 84 casos. Uma média de 14 por mês.
Imprudência
De acordo com Fratine a maior parte dos casos ocorre por negligência ou imprudência da vítima ou de terceiros. ;Mais de 90% dos casos de queimaduras não podem ser considerados acidente, são pessoas que manuseiam erradamente um vidro de álcool líquido ou pais que deixam os filhos sozinhos na cozinha, por exemplo;. São inclusive as crianças as maiores vítimas de queimaduras, 35% das internações no Hran são de crianças, seguidas por jovens de 20 a 25 anos.
De acordo com informações da assessoria de comunicação do Corpo de Bombeiros este ano a corporação vai focar a campanha de prevenção de acidentes durante as festas juninas no pedido para que as pessoas não soltem fogos de artifício. De acordo com o tenente-coronel, Rogério Santos Soares, se os fogos forem inevitáveis as pessoas devem procurar ajuda profissional. ;As pessoas não devem soltar rojões por conta própria, nem dar aos filhos as chamadas ;bombinhas; porque elas podem provocar queimadura. Apesar de pequenas, muitas delas reunidas foram uma bomba;, advertiu Soares.
Primeiros-socorros
Para o tenente-coronel Soares o mais importante quando a pessoa for vítima de alguma queimadura é lavar a área com água corrente, sem pressão, e chamar ajuda médica se a queimadura apresentar bolhas e perda de pele. "Se a lesão for maior do que a palma de uma mão e pessoa tem que procurar ajuda médica"
Cuidados para evitar acidentes em festas juninas
- Se possível não compre fogos de artifício. Com certeza existem inúmeras formas mais seguras de comemorar algo.
- As crianças e pessoas alcoolizadas não podem soltar fogos.
- Não compre fogos avulsos em qualquer lugar. Existem fábricas ilegais que confeccionam o material sem segurança; exija a nota fiscal.
- Verifique se o estabelecimento que vende fogos tem autorização do Serviço de Controle de Armas, Munições e Explosivos da Polícia Civil.
- Leia as instruções contidas nas embalagens antes de utilizar o material.
- Mantenha o cartucho o mais distante possível do corpo, no momento da explosão. Para isso, utilize uma haste.
- Cuidado com o efeito retardado. Os fogos podem falhar temporariamente. Nesse caso, a peça deve ser mantida afastada do corpo por pelo menos um minuto.
- Em caso de queimaduras, procure aliviar a dor imergindo a parte afetada em água potável. Não aplicar pasta de dente, sabão, creme, borra de café, manteiga ou azeite.
Fogueiras
- Não faça fogueira próxima à vegetação seca e nem embaixo de fiação elétrica.
- Ao montar a fogueira, verifique se está a uma distância segura das edificações.
- Limpe sempre a área de montagem da fogueira para evitar propagação do fogo.
- Ao acender a fogueira com combustível, faça uma tocha e arremesse a uma distancia segura.
Fonte: Corpo de Bombeiros do Distrito Federal