postado em 01/07/2009 14:24
Quem procurou a pediatria dos hospitais particulares do Distrito Federal na manhã desta quarta-feira (01/7), não enfrentou tantos problemas como temia a Secretaria de Saúde com o boicote dos médicos aos planos de saúde. A reportagem do Correio percorreu alguns hospitais, inclusive da rede pública de saúde. No Hospital Regional da Asa Sul (Hras), referência em atendimento pediátrico, o clima era ainda de normalidade.
Diariamente, 200 crianças passam pelo Hras. Mesmo com o aumento no atendimento pediátrico devido a chegada do inverno, a diretoria do hospital está positiva. A expectativa é de que até o fim do dia o número de pacientes se mantenha como de costume. Já no Hospital Regional de Ceilândia (HRC), a situação é diferente. O local está lotado, mas segundo a assessoria de imprensa o fato é recorrente e não está relacionado com o boicote. [SAIBAMAIS]
O que mais surpreendeu os pais foi o pagamento de R$ 90 por uma consulta. Mesmo indignada, a servidora pública Michele Medeiros, 31 anos, acabou se rendendo. Ela foi até o Hospital Santa Luzia, no Setor Hospital Sul, levar a filha de 11 meses, Luma Medeiros, para se consultar. A menina está gripada.
"Eu acho um absurdo porque nesta época do ano a maioria das crianças estão doentes, eles (os pediatras) se aproveitaram disso para dar o golpe. Acho um desrespeito com quem paga convênio", disse.
O valor (R$ 90) é cobrado para consultas em todos os hospitais. Só a emergência está livre da "taxa extra".
Os médicos da especialidade reclamam dos valores repassados pelos convênios, que variam entre R$ 24 e R$ 40 por consulta. Eles exigem o pagamento de pelo menos R$ 90 para cada atendimento. O argumento é que os pediatras precisam de um tempo longo para prestar um bom serviço. Além disso, a especialidade não tem procedimentos agregados, como exames realizados no consultório. São eles que garantem uma remuneração melhor.