Cidades

Frota de veículos do DF é uma das mais novas

postado em 03/07/2009 08:20
Adriana Bernardes, Helena Mader e Leilane Menezes O Distrito Federal tem uma vantagem sobre as outras capitais brasileiras com mais de 1 milhão de veículos ; São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Curitiba: a frota local é uma das mais novas. Do total de veículos em circulação na capital do país, 59,3% têm até 9 anos de fabricação. Em São Paulo, a capital com a maior frota do Brasil, o percentual de carros com até 9 anos é de 38,5%. No Rio, esse índice chega a 55,6%, um pouco melhor que a média nacional (50%). [SAIBAMAIS] O Código de Trânsito Brasileiro (CTB) não faz referência à idade máxima que os carros devem ter para poder continuar nas ruas. Contanto que possuam os equipamentos de segurança, os veículos fabricados em qualquer ano têm permissão para circular. O problema, porém, é que carros com mais de 10 anos tendem a emitir mais poluentes(1) . Quanto mais antigo o carro, mais dióxido de carbono ele produz. Gilvan Marcelino tem medo de que o trânsito de Brasília se iguale ao de São Paulo O Ministério do Meio Ambiente enviou uma proposta ao Conselho Nacional do Meio Ambiente para que o serviço de inspeção de veículos com mais de 2 anos se torne obrigatório em todo o país. A medida deve ser apreciada neste mês. Caso aprovada, começa a valer imediatamente. Na capital da República, não se faz tal vistoria. Com isso, carros velhos e sem condições de rodar só podem ser apreendidos se flagrados em blitzes do Departamento de Trânsito (Detran) ou do Batalhão de Policiamento de Trânsito da Polícia Militar (BPTran). O único estado que já aderiu a essa prática, há 10 anos, foi o Rio de Janeiro. Tempo perdido No DF, existe um veículo para cada 2,3 habitantes. Há duas semanas, o casal Priscila Késsia Ribeiro, 28 anos, e Lupicínio Gomes, 28, entrou para o grupo de brasilienses motorizados. ;Ônibus demora muito e ainda quebra com frequência;, diz Priscila. O casal mora em Santa Maria, mas trabalha e estuda no Plano Piloto. A decepção de Priscila foi perceber que o tempo perdido no trânsito continua o mesmo. ;Demoro mais de uma hora para ir de Santa Maria ao Plano. Sem engarrafamento, precisaria de apenas 40 minutos;, calcula. De acordo com o especialista em sistema viário e ex-diretor do Detran-DF Luís Miúra, o desafio é controlar o número de acidentes diante do aumento da frota. ;Isso é possível, nem sempre o crescimento do número de carros se mostra proporcional ao número de mortes em acidentes. Com o Programa Paz no Trânsito, por exemplo, reduzimos a menos da metade os acidentes fatais, mesmo com aumento da frota;, afirma. Miúra defende a melhoria dos transportes públicos como a principal estratégia para reduzir os transtornos da população. ;Investir em transportes coletivos é o melhor caminho para a organização do trânsito;, completa Miúra. O autônomo Gilvan Marcelino da Silva, 39 anos, morador de Vicente Pires, teme que o tráfego em Brasília se iguale ao de São Paulo. Lá, a taxa de motorização(2) é de um carro para cada 1,7 morador. Só fica atrás de Curitiba, onde há um carro para cada 1,6 habitante. Os cálculos foram feitos com base em informações da frota liberadas pelos Detrans estaduais e dados sobre a população encaminhados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na opinião de Gilvan, com a construção de novos setores e bairros e a liberação de crédito fácil para a compra de carros, a situação deve piorar. ;Brasília está abarrotada. Dez anos atrás, eu levava meia hora para chegar ao Plano. Hoje, gasto até um hora e 40 minutos. E o problema das vagas? Daqui a uns dias, a gente vai ter que estacionar o carro em um lugar e pegar um táxi para chegar ao destino final, como fazem em São Paulo;, prevê. No trânsito problemático, os motoboys se tornam alvos de crítica por uma prática cada vez mais comum e arriscada: trafegar pelo corredor entre os carros. Muitos deles arriscam a vida para driblar os congestionamentos e entregar a mercadoria no tempo previsto. ;Nosso tempo é corrido, se não cumprimos horários, perdemos o emprego. Fui atropelado neste ano, no acostamento. O trânsito de Brasília é uma loucura;, reclama o motoboy Jarderson Carlos Alarcão, 27. Taxista, Antônio Edvando perde clientes quando fica preso em engarrafamentos Entre os taxistas, a obstrução nas ruas do DF significa prejuízo. Ao ficar preso em um engarrafamento, Antônio Edvando do Nascimento, 38, acaba perdendo outras corridas. ;Se uma pessoa vai do Plano a Taguatinga em horário de pico, pagará pelo menos R$ 55. Com a rua livre, ela pagaria R$ 45, em média. Os clientes reclamam muito e a gente deixa de ganhar com outros clientes ;, relata. 1 MEIO AMBIENTE Desde 1987, os carros saem da fábrica com catalisadores, uma peça que filtra as impurezas da queima do combustível e que poluem o meio ambiente. Foi uma das ações adotadas pelo governo brasileiro para se enquadrar nos limites de emissão do Programa de Controle de Poluição do Ar por Veículos Automotores (Proconve), criado pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama). 2 O QUE É? A taxa de motorização é a relação entre o número de carros e a quantidade de habitantes. <--
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--> Cada vez mais motorizados <--

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  • Percentual de crescimento anual da frota: Distrito Federal 8,2% Belo Horizonte 7,6% São Paulo 6,2% Curitiba 5,1% Rio de Janeiro 3,8%
  • Frota atual / 2009* Capital Veículos São Paulo 6.525.033 Rio de Janeiro 2.200.465 Belo Horizonte 1.146.091 Curitiba 1.116.018 Distrito Federal 1.086.015
  • Projeções / 2010 Capital Veículos São Paulo 6.929.585 Rio de Janeiro 2.284.082 Belo Horizonte 1.233.193 Distrito Federal 1.175.068 Curitiba 1.172.934
  • 2020 Capital Veículos São Paulo 12.645.972 Rio de Janeiro 3.316.534 Distrito Federal 2.584.248 Belo Horizonte 2.565.384 Curitiba 1.928.853 * Até maio deste ano Fonte: Detrans do DF, de SP, RJ e PR e PM-MG
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    --> Opinião do internauta <--

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    --> <-- --> Leitores reclamam do transporte público Quem depende do transporte público no Distrito Federal tem de encarar, diariamente, problemas como atrasos dos ônibus, falta de linhas, itinerários piratas, além da má condição dos veículos. Reportagem publicada ontem no Correio mostrou as falhas do sistema sob o ponto de vista de quem mais sofre com o serviço: o passageiro. Cerca de 500 mil pessoas utilizam, todos os dias, os 2.848 ônibus e micro-ônibus da frota que circula por todo o DF. Alguns desses passageiros encaminharam ao site do jornal na internet (www.correiobraziliense.com.br) comentários sobre a situação do transporte público na capital. Se você tem reclamações sobre o transporte ou flagrantes de ônibus lotados ou mal conservados, por exemplo, envie um e-mail para o endereço leitor.df@diariosassociados.com.br. Alexandre Fontenele ;Quando entro em um ônibus, me sinto como gado. Os ônibus são tão poucos e tão lotados que já se tornou comum pessoas passarem mal dentro deles. A estrutura é sucateada, o valor da passagem é altíssimo e a prestação de serviço dessas empresas é feita de forma amadora e desrespeitosa!” Paulo Ilha ;O governo faz a sua parte e tenta organizar. Os empresários não pensam em qualidade e querem auferir cada vez mais lucros. A população fica à mercê do jogo.; Marcio Lira ;É incrível, mesmo devendo tanto, as empresas de ônibus continuam ganhando privilégios do governo e o governo não abre licitação para outras empresas...; Rafael Oliveira ;O Transporte no DF é de péssima qualidade, e o sistema de bilhetagem eletrônica que vem sendo implantado não deu resultados até agora; Orlando Conceição ;Como são empresários, o Estado não cobra, se fosse do cidadão comum, já teria executado as dívidas há muito tempo!”

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