Jornal Correio Braziliense

Cidades

Pesquisadora da UnB cria mecanismo com garrafas pet para aliviar efeitos da chuva

Cidades inteiras devastadas, famílias desabrigadas, água por todos os lados. Os danos causados pelo excesso de chuvas fizeram com que cenas como essas passassem a ser frequentes em todo o mundo. Mudanças constantes no ecossistema do planeta, como as geradas pelo aquecimento global, além do acúmulo de lixo nas cidades, são alguns dos motivos para o agravamento do problema. No Brasil, as regiões Sul e Nordeste estão entre as que mais sofreram, nos últimos meses. Os estragos causados pela chuva foram tão grandes que foram necessárias a ajuda do governo federal e a ação de voluntários como forma de amenizar o sofrimento da população. Uma pesquisa desenvolvida na Universidade de Brasília (UnB), porém, provou que a solução pode estar onde menos se imagina: no lixo. Nesse caso, a partir do uso de politereftalato de etileno, as famosas garrafas pet ; material que, se não for reaproveitado, pode levar mais de 100 anos para se degradar.

Dados divulgados pela Secretaria Nacional de Defesa Civil (Sedec), vinculada ao Ministério da Integração Nacional, são alarmantes. Os números mostram que desastres provocados por fortes chuvas e enchentes já mataram 64 pessoas, deixaram 314 mil desalojadas e 138 mil desabrigadas em 13 estados, de abril a junho deste ano. O Distrito Federal, graças a uma grande quantidade de áreas verdes (que facilita o escoamento da água das chuvas), ainda não vivenciou nenhuma situação calamitosa do tipo. Ciente do problema que, no futuro, pode se agravar e vir a afetar os brasilienses, a pesquisadora Joseleide Pereira da Silva, mestre em geotecnia pela UnB, criou um sistema que armazena e permite a infiltração da água da chuva no solo, testado no câmpus da univerdidade desde 2006.