postado em 06/07/2009 11:00
Os médicos legistas e peritos criminais do Instituto Médico Legal (IML) de Formosa e Luziânia, no Entorno do DF, não vão recolher corpos nas ruas, realizar perícias, necropsias ou liberar cadáveres nesta segunda-feira (6/7). A paralisação reforça o movimento da Polícia Civil de Goiás, em greve há 16 dias.
"Ainda não estamos em greve, hoje é apenas uma mobilização", afirma o presidente da Associação dos Peritos em Criminalística de Goiás (Aspec/ GO), Carlos Kleber da Silva Garcia. Segundo ele, haverá uma assembleia hoje à tarde, por volta das 15h, para definir os rumos da paralisação.
[SAIBAMAIS]Carlos afirma que, diferente da polícia, que pede reajuste salarial de 50% proporcional aos últimos cinco anos, a principal reivindicação da categoria é a abertura de concurso para aumentar o quadro de pessoal. "Não temos servidores suficientes para atender a demanda atual", comenta.
Os IMLs de Formosa e Luziânia são responsáveis pelo atendimento de todas as cidades goianas do Entorno do DF. Só nelas, os peritos realizam, em média, 25 atendimentos por dia, de acordo com Carlos Kleber. Caso decidam prosseguir com a paralisação, será a primeira greve da categoria em três anos.
Há duas semanas, os delegados já haviam aderido ao movimento dos agentes e escrivães, que agora pode ganhar o reforço dos peritos. As delegacias funcionam com apenas 30% do efetivo, e só registram boletim de ocorrência no caso de crimes hediondos, como homicídio e estupro.
Memória
No ano passado, a Polícia Civil de Goiás entrou em greve, mas não teve a adesão dos médicos legistas e peritos. "Na última greve, teve recolhimento de corpos. Desta vez, não haverá busca nas ruas nem liberação nos hospitais e necrotérios", promete o presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Estado de Goiás (Sinpol-GO), Silveira Alves de Moura. A última paralisação dos IMLs goianos ocorreu em 2006.