Guilherme Goulart, Ana Maria Campos
postado em 11/07/2009 08:40
O ex-comandante da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) coronel Antônio Cerqueira não ficou dois meses afastado do Governo do Distrito Federal (GDF). Decreto do governador José Roberto Arruda, publicado quinta-feira no Diário Oficial do DF, o nomeou assessor especial da Secretaria de Segurança Pública do DF (SSP-DF). Cerqueira e outros seis policiais militares devem explicação à Justiça brasiliense sobre a suspeita de desvio de quase R$ 1 milhão em verba pública de contrato de manutenção de carros da corporação com concessionária de Brasília.
Outra decisão do Executivo local promoveu a volta de mais um oficial da PMDF envolvido em denúncias no Tribunal de Justiça do DF. O coronel Gilberto Alves de Carvalho, ex-chefe do Estado Maior, também assumirá como assessor especial da secretaria adjunta da SSP-DF. Ele é acusado pela Promotoria de Justiça Militar de compra irregular de munição em 2007. Consta na mesma denúncia outro ex-comandante da PM brasiliense, o coronel Antônio José Serra Freixo - ele assumiu o comando em janeiro de 2007 e deixou o cargo em março do ano passado.
[SAIBAMAIS]O secretário de Segurança Pública do DF, Valmir Lemos, disse que as duas nomeações fazem parte de processo de reestruturação administrativa do órgão. "Não é um confronto com o Ministério Público. Estamos só aproveitando a experiência deles. O coronel Cerqueira, por exemplo, é um militar com mais de 33 anos de serviço. Isso não pode ser desprezado", afirmou. Segundo Valmir, nenhum dos oficiais foi condenado pela Justiça, o que os deixa em condições de assumir qualquer cargo no GDF. Cerqueira trabalhará ainda em projetos do órgão, como a Conferência Distrital de Segurança Pública, em julho.
Memória - Troca de comando
Em 19 de maio, o juiz Domingos Savio de Araújo, da Auditoria Militar do DF, aceitou a denúncia protocolada pelo promotor de Justiça Mauro Faria de Lima. Ele acusou os coronéis Antônio Cerqueira, Nildo João Fiorenza e Antônio Carlos de Sousa, dois tenentes-coronéis, um capitão e um sargento de peculato, crime cometido por funcionário público contra a administração-geral. A ação do Ministério Público afirma que os acusados são responsáveis por desvio de R$ 919,6 mil.
A denúncia derrubou o comando da PMDF. O coronel Cerqueira pediu exoneração ao governador Arruda por carta. Antes de encaminhar o documento, exonerou os coronéis Nildo Fiorenza e Antônio Carlos, respectivamente, das funções de chefe do Centro de Inteligência e diretor de Finanças da Polícia Militar. Os acusados respondem ao processo em liberdade.