Cidades

CEB perde R$ 12 milhões por ano com gambiarras

postado em 11/07/2009 09:00
Os recorrentes apagões no Distrito Federal podem ter um ponto final. Nos próximos três anos, o sistema de distribuição de energia elétrica passará por uma grande reformulação, que inclui a compra de equipamentos, construção de novas subestações, modernização das linhas transmissoras e contratação de pessoal. A Companhia Energética de Brasília (CEB) quer, ainda, acabar com as ligações clandestinas que representam um prejuízo anual de R$ 12 milhões para a estatal. "Não podemos continuar com isso. Vamos trocar 500 mil medidores e recadastrar todos os consumidores. Perdemos 15% do nosso faturamento anual, imaginamos que esse número possa cair para 8% dessa forma", acredita o presidente da CEB, Benedito Carraro. No limite do atendimento e com uma dívida de R$ 500 milhões com a Caixa Econômica Federal, a empresa enfrentará uma maratona para conseguir otimizar os serviços prestados à população. Ontem, o governador José Roberto Arruda lançou o Programa CEB 10, pelo qual o GDF irá investir R$ 550 milhões na empresa até 2012. Também foi autorizada, para setembro deste ano, a realização de concurso público para recompor o quadro administrativo, de engenheiros, técnicos e eletricistas da estatal, que chegou a contar com 2 mil profissionais - hoje, o número é de apenas 680 funcionários. "Muitos já se aposentaram ou morreram, só que não houve a preocupação nos anos anteriores, de recuperar o quadro", explicou Carraro. No primeiro momento, serão abertas 50 vagas, mas a intenção é contratar pelo menos 170 profissionais até o próximo ano. De acordo com o presidente da CEB, uma das maiores preocupações é como gerenciar o aumento inesperado do consumo de energia, que contribui fortemente para os apagões. "Só ano passado, tivemos um crescimento de 6% na demanda, enquanto a média nacional é de 4%", explicou. Ele atribui esse fato à quantidade de ocupações irregulares que se formaram no DF nos últimos anos. Um levantamento feito pela companhia revela que existe pelo menos 20 mil ligações clandestinas espalhadas por todas as regiões administrativas. Ceilândia é a campeã. Apenas no Pôr do Sol, condomínio em processo de regularização, 15 mil dos chamados %u201Cgatos%u201D foram identificados. Quedas A queda de energia não é decorrente apenas do crescimento das ocupações, mas também da defasagem do sistema. No fim do ano passado, a população de Brazlândia passou quase cinco horas no escuro após a queima de três transformadores na cidade. Em dezembro, comerciantes do Setor Militar Urbano, Sudoeste e Setor de Indústrias Gráficas (SIG) também ficaram sem energia por duas horas após a queda de um raio. A fim de garantir o fornecimento para todas as áreas e evitar os beclautes, outra preocupação é conseguir recursos para fazer novos investimentos em linhas de transmissão e subterrâneas. Uma das saídas tem sido buscar parcerias nas áreas de engenharia e técnicas. Na última quinta-feira, o governador José Roberto Arruda teve uma reunião com o governador de Minas Gerais, Aécio Neves. A ideia é promover uma parceria entre CEB e a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig). "Já somos sócios da Cemig em Queimados e eventualmente parte dessa parceria que existe lá pode se dar também na área de distribuição, desde que o GDF não perca o controle acionário da CEB. Disso eu não abro mão", destacou Arruda.

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