Um cozinheiro é acusado de furtar 39 mil euros do embaixador da Guiné Equatorial. Edmilson da Rocha Nascimento, 38 anos, teria confessado à polícia que furtou o dinheiro para pagar pensão alimentícia. Mas também utilizou a quantia em festas particulares regadas a bebidas e companhia de garotas de programa. Como não foi preso em flagrante, ele responderá ao processo em liberdade.
Edmilson trabalhava para o representante estrangeiro havia três meses. Ele foi contratado por ter experiência em servir em outras embaixadas, como a da Arábia Saudita. As desconfianças sobre o funcionário surgiram dias após o furto, que ocorreu em sete do mês passado, quando o funcionário apareceu para trabalhar de carro novo. "Ele sempre me pedia dinheiro para ir para casa. Estranhei quando adquiriu o bem", disse o embaixador Teodoro Biyogo Nsue Okono, que recebeu o Correio hoje em sua Embaixada na QL 10 do Lago Sul.
O dinheiro estava dentro da maleta dele. Seria usado para custear passagens e hospedagens da viagem que fez para seu país de origem. O embaixador conta que só percebeu o desaparecimento dos euros no Aeroporto de São Paulo, quando declararia o valor em espécie que levaria para o exterior. As desconfianças foram muitas até se chegar ao suspeito mais forte. Primeiro, foi o motorista quem quase pagou o pato.
Mas logo as suspeitam acabaram quando Edmilson apareceu com um Ômega fabricado em 1995. Ele ganhava na embaixada R$ 1,5 mil de salário. O representante do país estrangeiro passou a desconfiar dele e informou à polícia. Na terça-feira, os policiais da 10; DP (Lago Sul) fizeram uma busca no apartamento de Edmilson autorizada pela 6; Vara Criminal de Brasília. No imóvel situado na 103 Sul, eles encontraram diversos eletrodomésticos, celular novo, equipamento musical teclado.
Edmilson foi levado para a 10; Delegacia de Polícia (Lago Sul). Lá, ele confessou que trocou o dinheiro nas agências de turismo por R$ R$ 67 mil. Questionado por que furtou os euros, o suspeito deu uma resposta à la Robin Wood ; herói mítico inglês que roubava dos ricos para dar aos pobres. Achava injusto o gasto de dinheiro público com festas lautas na embaixada enquanto o povo daquele país passava necessidade. Porém, ele não dividiu com ninguém os 39 mil euros que furtou. "Ele foi indiciado por furto qualificado, pena de até oito anos", disse o delegado-adjunto, Weslei Salomão.