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Planaltina: cuidado, postes no caminho

Por um lado, eles cumprem a função de iluminar a via pública. Por outro, nessa cidade, a maioria está instalada bem no meio da rua, dificultando o trânsito e expondo motoristas a acidentes. Há até quem utilize uma dessas aberrações como varal improvisado

Naira Trindade
postado em 17/07/2009 08:00
Carros precisam desviar constantemente dos obstáculos, que dificultam a vida dos moradores da Vila BuritisA rua de mão dupla da Quadra 1, Conjunto H, da Vila Buritis, em Planaltina, teria a largura suficiente para dois carros não fosse um obstáculo. No meio da pista, a mais de um metro de distância da calçada, postes de iluminação pública inexplicavelmente instalados atrapalham o trânsito na cidade. Os carros têm que desviar dos intrusos. A caminhonete S10 do pai de Arthur Pereira de Oliveira, 27 anos, é grande e precisa de espaço para fazer manobra e entrar na garagem. Estacioná-la seria fácil, caso não houvesse o poste fora do lugar, bem em frente ao portão dele. ;Eu já trisquei no poste ao guardar o carro. Tem que mudar ele de lugar. Aí, ele atrapalha demais;, pondera o merendeiro Arthur Oliveira, que teve o veículo arranhado ao esbarrar na coluna de cimento.

Os postes de energia elétrica no meio do caminho são comuns em alguns bairros de Planaltina. Na Vila Buritis, em uma rua com cinco postes, quatro deles estavam no meio da rua, em vez de em cima da calçada, como deveriam. Por causa disso, as exceções viraram referência. ;Quando chamo meus amigos para virem à minha casa, logo digo que é a única da rua em que o poste está no lugar certo;, conta a dona de casa Sueli Muniz de Castro, 59, que mora há dez anos na Quadra 1, Conjunto H daquele bairro. Quando ela se mudou para lá, o poste já tinha sido removido da rua para cima do passeio. Ela conta que o antigo morador pediu a transferência da coluna de cimento porque tinha dificuldade de estacionar o carro. Conseguiu, mas, segundo os vizinhos que vivem lá há mais tempo, teve de pagar por essa mudança.

Por um lado, eles cumprem a função de iluminar a via pública. Por outro, nessa cidade, a maioria está instalada bem no meio da rua, dificultando o trânsito e expondo motoristas a acidentes. Há até quem utilize uma dessas aberrações como varal improvisadoO incômodo de ter que desviar dos postes aumenta quando o motorista é de outra cidade. Noé Souza trabalha como vendedor de álbuns de fotografia de formaturas. Durante a semana, ele percorre quase todas as regiões administrativas do Distrito Federal. A seu ver, Planaltina precisa de uma atenção especial. ;Quem já mora aqui sabe onde os postes estão, mas quem vem de fora, como eu, sofre para não bater em nenhum deles;, comenta o morador de Recanto das Emas.

Virou varal
A distância entre a calçada e o poste é tão grande que outra moradora do Conjunto H da Quadra 1, Josefa Olindina de Aquino, 68 anos, resolveu estender um varal entre duas árvores e o poste bem na porta de casa. Assim, ela aproveita o sol que bate na frente da residência para secar com mais rapidez lençóis , fronhas e blusas. Mesmo assim, pede que retirem a coluna de cimento de lugar. ;Ele foi muito mal projetado. Seria muito melhor se o tirassem da rua e o colocassem no lugar certo;, pondera a dona de casa.

Por um lado, eles cumprem a função de iluminar a via pública. Por outro, nessa cidade, a maioria está instalada bem no meio da rua, dificultando o trânsito e expondo motoristas a acidentes. Há até quem utilize uma dessas aberrações como varal improvisadoA Administração Regional de Planaltina alega, por meio de assessoria de imprensa, que emitiu há seis meses uma ordem de serviço à Companhia Elétrica de Brasília (CEB) para que os postes fossem removidos e instalados novamente no lugar certo. A empresa, no entanto, afirma ter recebido apenas no mês passado esse pedido, e informa que um engenheiro elabora um projeto para as mudanças serem feitas em breve. A CEB também declarou, por meio de sua assessoria de imprensa, que os postes foram instalados antes de as ruas serem asfaltadas, e que o estudo sobre o lugar é importante para que a mudança não seja feita para outro local inadequado.

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