Adriana Bernardes
postado em 18/07/2009 08:08
O aperto aos motoristas infratores começa a se refletir em números. Nos sete primeiros meses deste ano, a fiscalização manual %u2014 feita por agentes do Departamento de Trânsito (Detran) e da Polícia Militar %u2014 emitiu 425.938 autos de infração, o que dá uma média de 90 por hora. Durante todo ao ano passado, os agentes flagraram 468.696 irregularidades nas vias do Distrito Federal. Dirigir e falar ao celular ao mesmo tempo está entre as multas mais aplicadas. Também chama a atenção a quantidade de motoristas pegos ao volante alcoolizados.
O crescimento da quantidade de multas é atribuído ao aumento da fiscalização iniciada em abril de 2008. Foi o mês que mais teve acidente fatais %u2013 46 no total %u2013 e também o maior número de mortos (56) nas pistas do DF. Além disso, o gerente de Fiscalização do Detran, Silvaim Fonseca, acrescenta que a Lei Federal 11.705/08, a lei seca, também contribuiu para o aumento das blitzes e, consequentemente, quem estava com alguma pendência na carteira de habilitação ou relacionada ao veículo acabou pego.
Para os que apostavam no afrouxamento da fiscalização ao condutor alcoolizado, um ano após a lei seca, os números mostram exatamente o contrário. Os flagrantes estão prestes a bater novo recorde. De janeiro a 30 de junho deste ano, houve 2.404 autuações, uma média de 13 a cada dia. Durante todo o ano passado, foram 2.668 flagrantes de motoristas alcoolizados. Outra infração que tem aumentado de 2005 para cá é dirigir e usar fone de ouvido ou falar ao celular ao mesmo tempo. Em 2008, foram 22.890 casos, 45,3% a mais que em 2007, quando foram feitos 15.749 registros. De janeiro a junho deste ano, foram 12.253 atuações (veja quadro).
Com o aperto na fiscalização, o Detran espera reduzir os acidentes fatais e, principalmente, o total de mortes no trânsito aos patamares registrados em 2006, ano em que foi registrado o menor número de óbitos desde 1996. Naquele ano, morreram 414 pessoas nas vias do DF. Em 2008, foram 456. %u201CMesmo com os 90 mil veículos a mais e 250 mil novos condutores (números computados no período de um ano), queremos baixar as estatísticas de morte e acidentes%u201D, destacou Fonseca.
Para alcançar a meta, a fiscalização tem mudado a estratégia. Apesar do pequeno número de servidores, o departamento de estatística do Detran tem produzido relatórios mais detalhados sobre as tragédias das vias. Com base nos estudos, os agentes de trânsito e os policiais militares definem as estratégias de fiscalização. %u201CComo as estatísticas estão mais detalhadas, com perfil de condutor, horário, tipo de veículo envolvido em acidente, nós temos como focar as ações nos pontos críticos%u201D, encerrou Fonseca. Os dados mais recentes do Detran são de abril. Eles mostram que, nos quatro primeiros meses do ano, ocorreram 125 acidentes fatais e 134 mortes nas pistas do DF.