Cidades

Parada Gay de Brasília cresce mais a cada ano

Helena Mader
postado em 18/07/2009 08:17
A Parada do Orgulho LGBTS de Brasília não para de crescer. Além do número de participantes, que aumenta todos os anos, a quantidade de instituições que apoiam o evento também está em alta este ano. A 12ª edição do encontro, marcada para a tarde de domingo (19/07), terá 20 patrocinadores, entre empresas, sindicatos, deputados distritais e órgãos de governo. Cerca de 30 mil pessoas vão se reunir no Eixão Sul, a partir das 14h, para celebrar o orgulho gay, mas também para lutar contra o preconceito e a violência. A concentração será na 111 Sul e os participantes seguem pela pista até a Rodoviária do Plano Piloto, onde a festa deve terminar por volta das 20h. A animação fica por conta de três trios elétricos, onde se apresentarão dezenas de DJs da cidade. Um deles será enfeitado com 3 mil balões coloridos com as cores do arco íris, símbolo do movimento LGBT. Voluntários vão distribuir preservativos e panfletos educativos. Para Welton Trindade, integrante do Grupo Estruturação e um dos organizadores do evento, o aumento do número de patrocinadores reflete uma vitória da luta para garantir os direitos dos homossexuais. %u201CIsso mostra que a aceitação na sociedade cresceu muito. Pela primeira vez, teremos um forte apoio do governo local. A Brasíliatur sabe a importância da parada para atrair turistas para a cidade. Isso traz receitas e aumenta a arrecadação do governo%u201D, destaca Welton. Até mesmo representações diplomáticas divulgaram nota de apoio ao evento. Um exemplo é a Embaixada Britânica, que vai enviar funcionários para representar o Ministério das Relações Exteriores britânico. O tema da parada deste ano é %u201CJovens LGBTS: inclusão e cidadania%u201D. Os organizadores querem mobilizar a sociedade sobre a importância de apoiar adolescentes e jovens homossexuais na luta contra o preconceito em salas de aula de escolas, universidades ou em outros ambientes frequentados pela juventude. %u201CEssa mobilização é essencial para formarmos uma sociedade menos homofóbica. Temos relatos, como o de uma menina de 16 anos, que, por ser transexual, teve dificuldades para conseguir vaga em escolas. Isso não pode mais acontecer%u201D, decreta Júlio Cardia, vice-presidente do Estruturação e Integrante da Associação da Parada LGBTS. Uma das principais reivindicações dos participantes do evento será a criação do Conselho Distrital da Cidadania LGBT, que seria vinculado à Secretaria de Justiça e Cidadania do GDF. O assunto já está em discussão com representante do governo. Falta apenas uma definição sobre as formas de funcionamento do conselho. O objetivo é desenvolver ações de inclusão e proteção de lésbicas, gays, travestis e transexuais. A prefeitura de São Paulo, por exemplo, já tem um órgão semelhante. A Coordenadoria de Assuntos da Diversidade Sexual foi criada por lei municipal no ano passado. Assuntos como as uniões homoafetivas e a criminalização da homofobia certamente estarão na pauta dos participantes da parada. Essas são duas das principais bandeiras do movimento LGBT, que defende a união de pessoas do mesmo sexo e luta para acabar com a agressões verbais e físicas contra os homossexuais. %u201CPor incrível que pareça, isso ainda é uma realidade. Há pouco tempo eu estava na ponte JK com o meu namorado e amigos quando um grupo apareceu com paus e pedras para bater na gente. Isso só vai acabar quando a homofobia se tornar um crime%u201D, diz Júlio Cardia.

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