Ana Maria Campos
postado em 19/07/2009 08:47
Para o bem ou para o mal, os políticos do Distrito Federal são figurinhas fáceis no orkut, a rede social de relacionamentos do Google. O governador José Roberto Arruda (DEM) não tem página pessoal, mas é alvo de 15 comunidades que envolvem 2,5 mil integrantes. Os petistas Agnelo Queiroz e Geraldo Magela, pré-candidatos ao GDF, também têm grupos na rede e ainda mantêm perfis atualizadas. O político do Distrito Federal mais lembrado, no entanto, é o peemedebista Joaquim Roriz. Ele é tema de 63 comunidades, algumas com fãs, outras com adversários, que juntas mobilizam 10 mil adeptos.
Nesse quesito, Roriz só tem um adversário à altura. O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) também participa de vários grupos. Alguns tratam de política, mas outros se referem a temas como educação e meio ambiente. Uma pesquisa feita pelo Correio mostrou que são 62 comunidades. O pedetista, aliás, está bem íntimo do mundo virtual. Tem página no orkut - embora não tenha certeza se foi criada por sua assessoria. Uma coisa é certa: cuida pessoalmente dos e-mails que chegam no Senado e também em seu endereço pessoal. Responde cada um deles.
Também disponibilizou vídeos de seus discursos no You Tube, e atualiza o blog, site e Twitter, a rede de mensagens instantâneas que virou moda no mundo virtual. "Respondo os e-mails às vezes almoçando, jantando e conversando com a Gladys (mulher do senador). Aproveito todos os momentos", contou Cristovam. Outro adepto do mundo virtual é o deputado Rodrigo Rollemberg (PSB-DF). Ele mantém uma página no orkut com 287 amigos. Responde cada recado deixado na rede. Também distribui um mailing eletrônico com divulgação das ações do mandato, blog e site. E ainda mantém amigos virtuais.
Depois de andar estremecido com Magela por causa de sua preferência pela candidatura de Agnelo, Rollemberg usou a rede mundial para enviar o convite de seu aniversário de 50 anos. O socialista encaminhou por meio da página de Magela no Orkut. Não funcionou bem. O petista não foi à festa. O vício maior de Rollemberg é com o twitter. Na semana passada, ele até postou um comentário sobre almoço que marcou com Roriz na próxima quarta-feira.
Magela nem pode alegar que não viu o recado de Rollemberg. Ele responde os recados e na semana passada deixou uma mensagem aos amigos, de que está de férias e só volta no próximo dia 29. No que se refere à tecnologia, Agnelo não fica atrás. Sua página tinha na semana passada mais de 1,7 mil recados. O petista, que se prepara para entrar em campanha, já se inscreveu no twitter, começou a produzir um blog e também pretende ingressar no You Tube. Na Câmara Legislativa, a moda também já chegou.
Os deputados distritais Paulo Tadeu e Cabo Patrício, do PT, alimentam o twitter e estão no Orkut. Patrício frequenta várias comunidades relacionadas à Polícia Militar. Paulo Tadeu é adepto de grupos relacionados a Che Guevara, Gaviões da Fiel (Corinthians) e Central Única dos Trabalhadores (CUT). Chico Leite (PT) ganhou uma homenagem de um ex-aluno que lançou uma comunidade sobre a potencial candidatura do petista ao Senado.
Rede social
O Twitter permite aos usuários que enviem e leiam mensagens instantâneas com atualizações pessoais de textos com até 140 caracteres, conhecidos como "tweets", por meio da
web ou por SMS.
Críticas por email
A caixa de e-mails do senador Cristovam Buarque (PDT-DF) está lotada de mensagens relacionadas à crise do Senado. Na semana passada, o assunto mais discutido foi a declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que chamou os senadores de pizzaiolos, como forma de sinônimo de defensores da impunidade. O pedetista reagiu e pediu um voto de censura ao chefe do Executivo. Recebeu, por conta disso, várias críticas pela rede mundial de computadores. "Muita gente acha que o presidente Lula tem razão ao criticar o Senado", admite Cristovam.
De acordo com o senador do Distrito Federal, sua postura de cobrar uma retratação do presidente Lula pode até ter sido vista como antipática, mas ele afirma que não se arrependeu. "Também recebi e-mails de pessoas que não gostaram da comparação do presidente. Provavelmente são pizzaiolos", conta o senador. De acordo com o pedetista, algumas profissões estão associadas a características. "Se o presidente Lula tivesse chamado os senadores de poetas, teria um sentido de lunático. Eu que adoro poesia também teria reagido", afirmou.