Rodolfo Borges
postado em 22/07/2009 08:55
Sempre que convida alguém para visitar sua casa a professora Hebe Tavares precisa suprir o visitante de referências. "Geralmente, o comércio serve como ponto de indicação. Mas tem convidado que não consegue achar o endereço sem um mapinha", lamenta a professora, que morou seus 30 anos em Sobradinho. Tudo porque as poucas placas de indicação da cidade estão enferrujadas, pichadas ou apagadas. E a situação é ainda pior no Setor de Mansões de Sobradinho, onde nem os próprios moradores conseguem encontrar os endereços dos vizinhos.
É difícil achar uma placa legível nas ruas de Sobradinho. Quando não são vítimas de vandalismo, as indicações sofrem com a ação do tempo. A comerciante Juliana Almeida, 27, mora há apenas dois anos na cidade e lembra da dificuldade por que passou para encontrar o endereço da casa onde vive atualmente. "Quando vim procurar minha casa, foi bem complicado. Penei até me acostumar com a cidade", conta. Segundo a comerciante, a Quadra 2 é uma das mais confusas, por ser maior que as outras.
A falta de placas que auxiliem os visitantes é tão incômoda que frequentemente alguém vai parar numa rua sem saída durante a procura por uma casa. "Precisamos procurar o endereço por tentativa e erro. No caso da minha loja, que tem serviço de entrega para festas, o trabalho fica mais difícil", reclama Juliana. Sem placas que indiquem o caminho, resta aos moradores e visitantes guiarem-se pelas fachadas das casas, que exibem com clareza o endereço de cada residência.
A Administração de Sobradinho informa que o problema já foi detectado e repassado para a Secretaria de Transportes (Setrans) do DF, responsável pela colocação das placas indicativas. A Setrans confirma a informação e diz que está em fase de licitação um projeto para renovar as placas de todas as regiões administrativas do Distrito Federal.
Ainda sem previsão para sair, o projeto prevê placas com durabilidade de 15 anos, quase duas vezes maior do que as utilizadas até então. Elas serão feitas de aço galvanizado e terão pintura refletida para permitir sua leitura à noite. O caso mais grave da cidade, contudo, deve permanecer um bom tempo sem solução. O Setor de Mansões de Sobradinho ainda aguarda regularização e, enquanto não estiver sob a tutela das administrações de Sobradinho ou Sobradinho II, continuará com placas (1) improvisadas.
Pior para a dona de casa Josefina Silva, 41, que só consegue receber visitas se deixar a rota bem explicada. "É muito difícil se encontrar por aqui. Cada quadra fica para um lado, sem organização, e as placas não ajudam muito", diz. Segundo Josefina, até receber cartas é complicado, porque não se sabe ao certo o Código de Endereçamento Postal (CEP) dos condomínios e chácaras espalhados pela localidade.
O motorista Valdemir Costa Rolim, 48, mora no setor há 20 anos e diz que nada mudou durante esse tempo. "Aqui, as pessoas se localizam com base em referências. Usamos a pizzaria La Manos, que fica na rua principal, e o Hotel Serrano como referências", explica o morador. As placas que indicam as quadras no setor estão improvisadas em pedras pintadas de branco. Elas não têm padrão, foram pichadas e algumas estão obstruídas por panfletos.
1 - MAIS REFORMAS
Um segundo projeto da Setrans já está em fase de conclusão e deve substituir 6,5 mil placas nas asas Sul e Norte, nos lagos Sul e Norte, no Sudoeste, na Octogonal, no Cruzeiro e no Park Way. Já foram substituídas 4.580 placas nessas localidades. Todo o trabalho foi orçado em R$ 5 milhões.