Cidades

Fim de contrato de vigilantes do Parque de Águas Claras compromete a segurança dos moradores

postado em 22/07/2009 18:56

O fim do contrato da empresa de vigilantes responsável pela segurança do Parque de Águas Claras acarretou desconforto aos frequentadores do parque. Desde 10 de julho, os cinco postos que funcionavam 24 horas foram substituídos ; em caráter emergencial ; por dois postos durante o dia e três à noite. A situação deve permanecer pelos próximos 30 dias até que a licitação seja finalizada, segundo o Instituto do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos do Distrito Federal (Ibram-DF).

Cada posto contava em média com a presença de um vigilante. A redução dos funcionários foi sentida pelos moradores da cidade. Nesta segunda-feira (20/7), uma professora ; que preferiu não se identificar ; foi assaltada em plena luz do dia.

Por volta das 13h, a mulher caminhava com seu cachorro. Sob a ameaça de uma arma de fogo na cabeça, ela entregou as chaves do carro, um Cross Fox. "Ele disse que, se eu olhasse para trás, me matava". Ao procurar um funcionário da administração do parque, ela teve a seguinte resposta: "Quase todos os dias temos reclamação de roubos de carros e tentativas de sequestros relâmpagos".

Uma outra situação de insegurança foi vivida pelas moradoras do bairro Letícia Lima, 28 anos, e Adriana Maia, 27 anos. Na última quinta-feira (17/7), pela manhã, as vizinhas foram levar os filhos para passear no Parque de Águas Claras, mas logo desistiram da idéia.

"Fui abordada por uma mulher que não parava de olhar para a minha filha e a dar voltas no parquinho onde estávamos. Achei muito estranho porque ela não estava com nenhuma criança", conta a pedagoga Letícia Lima.

Segundo ela, a mulher se aproximou e pediu para pegar a menina. Mesmo negando o pedido, a estranha insistiu. "Ela se mandou na mesma hora. Logo depois, uma outra mãe veio me contar que já havia sido abordada por ela e que a mulher vivia sondando as crianças do parquinho há muito tempo."

"Mesmo de férias, nem pensar volto mais ao parquinho. Prefiro ficar debaixo do meu condomínio, que é fechado, e com isso bem mais seguro", desabafou Adriana Mara. A moradora da cidade conta que normalmente o parquinho é bastante movimentado. "Vemos muitas crianças, mães, avós e babás, mas, em compensação, policiamento algum", completa Mara.

Solução

Apesar das reclamações, o chefe da Unidade de Administração Geral do Ibram-DF, Ornel Costa de Azevedo, afirma desconhecer a falta de segurança do parque. "Não temos conhecimento de assaltos. O parque é muito grande. São 95 hectares e muitos usuários circulando durante o dia. O único pedido que temos da administração do parque é de mais um posto de limpeza, nada de segurança", justifica Azevedo.

O chefe da unidade explica que a vigilância é para proteger os bens patrimoniais do parque. "Coibir assaltos não é responsabilidade da vigilância, mas da Polícia Militar. Os vigilantes observam os maus elementos e informam a PM", defende.

Questionado, ele ainda admitiu que não há um apoio formalizado para rondas de policiais. "A PM trabalha nos locais de maior gravidade, segundo estudo da corporação. Não temos acordo nenhum com eles. Isso até que seria bom."

Azevedo conta que um projeto do Ibram em andamento deve tranquilizar a população. "O projeto contempla câmeras em todos os parques do DF e vigilantes motorizados. Mas deve sair do papel só em três meses", resume.

O contrato
Não houve prorrogação do contrato da empresa de vigilantes por questões burocráticas, segundo o chefe da Unidade de Administração Geral do Ibram-DF. "A licitação chegou a ser adiada, e só agora o processo andou. Em dois dias, teremos a data do pregão e, estourando em 30 dias, o contrato sai. Enquanto isso, estamos em regime de urgência para manter a vigilância do parque", diz Azevedo.

Mesmo com a necessidade de remanejamento de vigilantes de outros parques do DF, o chefe da unidade garante que não houve prejuízos.

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