Cidades

Matar adolescente em Luziânia é como matar galinha, diz mulher que perdeu filha de 15 anos

postado em 23/07/2009 15:04

Marli Gomes da Silva tem 46 anos, é empregada doméstica e mora em Luziânia (GO) há apenas 18 meses. Para ela, o município é ;um matador para a juventude; é um local onde ;matar adolescente é como matar galinha;.

O tempo na cidade já foi suficiente para que a mãe de dez filhos perdesse a filha mais velha, de 15 anos. A menina, usuária de drogas, foi assassinada em agosto do ano passado em frente a um bar da cidade, em plena luz do dia.

Marli mora em Luziânia há apenas 18 meses, tempo suficiente para que perdesse a filha de 15 anos;Não tenho explicação. A única coisa que eu sei é que minha filha saiu para ir ali e não voltou mais. Ela estava na rua quando uma moça e um rapaz em uma motocicleta a chamaram e atiraram. Depois do primeiro tiro, ela correu para dentro do bar;.

De acordo com a Delegacia da Mulher e do Adolescente, a menina levou cinco tiros e foi morta a mando de outro adolescente. A razão: ela teria denunciado um dos traficantes de droga da cidade à polícia.

Marli afirmou que sabia do problema da filha com as drogas e se queixou do tratamento que recebeu na delegacia ao tentar entender o que aconteceu. ;A explicação que eles dão é que ela andava em má companhia, mas minha filha não merecia morrer por isso;.

Marli disse que chegou a pedir ajuda ao Conselho Tutelar de Luziânia, mas recebeu como resposta que a menina só poderia ser internada se manifestasse vontade. Para a mãe, o assassinato não teria acontecido caso o governo oferecesse o tratamento adequado para a recuperação da jovem.

;Não é porque eles [os adolescentes] são drogados que a gente vai largar para lá;. Marli tem uma filha de 14 anos e uma de 13 e diz que sente medo de perder outro ente querido.

[SAIBAMAIS];Passei a pegar mais no pé, a exigir mais;, disse. Segundo ela, desde a morte da filha mais velha, os meninos têm horário para entrar em casa e para sair. ;Precisou acontecer para chamar a minha atenção;.

Para Valder Félix, comerciante e dono de um bar em Luziânia há cinco anos, presenciar cenas de violência entre jovens na cidade não é coisa rara. ;Sempre vejo muita coisa acontecer e sempre com os mais novos;, segundo ele na faxia etária dos 14 aos 19 anos. ;Até morte já vi. Eles vieram fazer acerto de contas com uma menina;, relatou.

Para ele, o problema decorre da falta de conselheiros na cidade e também da extensão do mundo das drogas. Ele classifica o município de ;violento;, sobretudo para os jovens. Pai de duas crianças, Valder ajuda a criar três adolescentes e diz que a situação é ;perigosa;.

;A gente aconselha, explica, mas tem que ter o apoio do governo para trazer lazer e também correção. Os pais têm que vigiar os filhos mas se a prefeitura quiser, tem como fazer. A comunidade não dá conta sozinha;. <-- .replace('

','').replace('

','') -->

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação