Cidades

Empresários do setor de bares e restaurantes cobram do governo melhor capacitação de trabalhadores

postado em 26/07/2009 08:55
Os empregadores do setor de bares e restaurantes lamentam a dificuldade de recrutar profissionais qualificados no Distrito Federal. Os estabelecimentos que vêm de outros estados resolvem o problema importando a mão de obra. E a oferta de emprego vai aumentar nos próximos meses. Por isso, é tempo de quem já mora na capital se capacitar para não perder uma possível vaga. O grupo empresarial do Camarões Beira-Mar planeja expandir no DF. ;Nossa experiência em Brasília é tão positiva que já estamos procurando terreno para nosso segundo empreendimento aqui. Será o CocoBambu, uma creperia e pizzaria temática;, conta Eilson Studart, um dos sócios do restaurante. [SAIBAMAIS] O investimento no Camarões, localizado no Setor de Clubes Sul, foi de R$ 2,5 milhões. Já passaram pela casa 35 mil clientes em dois meses. Com o novo estabelecimento, haverá pelo menos mais 100 vagas. ;Não imaginávamos que teríamos dificuldade de contratar pessoas daqui. A melhor solução acabou sendo trazer o pessoal de fora. Os daqui, mandamos para Fortaleza para serem treinados;, explica Studart. Brasília é considerada o terceiro polo gastronômico do país. São 10 mil estabelecimentos e cerca de 100 mil empregos diretos. ;Não vemos um programa de governo para qualificar profissionais voltados ao setor. A maioria dos garçons contratados em Brasília não tem especialização alguma;, conta o sócio-proprietário do Boteco (406 Sul), Lula Correia. ;Para implantar o mesmo cardápio com a mesma qualidade de serviços, trazemos pessoas de Pernambuco, que já sabem como a casa funciona. Cerca de 50% do pessoal vindo para a inauguração ficou e já trouxe a família;, aponta Lula. A maioria deles mora no Guará. ;O maior poder aquisitivo dos clientes proporciona salários melhores aos nossos funcionários;, garante Lula. Evolução Segundo o Sindicato dos Bares, Hotéis, Restaurantes e Similares do DF (Sindhobar), o mercado gastronômico em Brasília não está crescendo, mas sim evoluindo. ;Os estabelecimentos de fora estão percebendo o grande polo consumidor que é o DF. Mas também há falta de estrutura para atender uma demanda qualificada;, explica Clayton Machado, presidente do sindicato. Ele faz críticas ao programa do Ministério do Trabalho de capacitação. ;Hoje, quem aparece para fazer um curso não passa por triagem alguma. Geralmente, são pessoas sem condição de exercer a função. Para ser garçom é preciso qualificação. Os programas do governo federal querem oferecer curso para milhares de pessoas com interesse em estatísticas e não em resultados;, reclama. A Secretaria do Trabalho do GDF informou que já estão abertas as inscrições para curso de seis meses de capacitação de profissionais do setor. ;Temos o Pró-Jovem. Será um curso mais robusto, de seis meses, com 1, 5 mil vagas. Mas é preciso também a colaboração dos empregadores para lapidar esses profissionais;, disse o secretário-adjunto do Trabalho, Israel Batista. Ele reconhece que há dificuldade de recrutamento de pessoal treinado para a área. ;Nos últimos anos, houve pouca atenção no DF para o setor do turismo, no qual a gastronomia está inserida. Mas estamos empenhados em mudar esse quadro;, destaca. O sindicato dos garçons se preocupa com as condições de trabalho. ;Se as relações de trabalho forem justas, não é de todo ruim para o mercado de trabalho brasiliense. A vinda de um trabalhor especializado para cá propicia o intercâmbio com os profissionais daqui. É transmissão de conhecimento e isso é bom;, diz o Jairo Soares dos Santos, advogado do Sindicato dos Empregados no Comércio Hoteleiro, Restaurantes, Bares e Similares do DF. ;De fato a mão de obra especializada é um problema não só no DF, mas também no restante do país. Aqui, a situação é pior por falta de investimento tanto do governo quanto dos empresários. Se não houver uma preparação agora, vamos sofrer consequências sérias nos eventos internacionais que teremos em breve.; <--
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