postado em 02/08/2009 13:11
Um morador de rua foi queimado na noite deste sábado (1/8), por volta das 22h30 no comércio da QI 13 do Lago Sul, próximo ao supermercado Carrefour bairro. Everton Augusto da Silva, 29 anos, apelidado De Menor, teve queimaduras de primeiro e segundo graus. Segundo o médico supervisor de emergência do Hospital Regional da Asa Norte (Hran), Fernando Moraes de Oliveira, para onde foi Everton Silva foi levado, a extensão das queimaduras não é grande, mas os ferimentos são graves por se localizarem no rosto. Foi feita a limpeza dos ferimentos, mas não há previsão de alta para o morador de rua, que pode ter de se submeter a uma cirurgia para reparar os tecidos atingidos.Segundo Everton Silva, que conversou com o médico sobre o acontecido, os autores do crime foram seus companheiros, identificados por ele como Carlinho e Renan. Os três bebiam numa praça da comercial do Lago Sul quando a vítima adormeceu e acordou momentos depois em chamas. O fogo teria sido iniciado com álcool combustível. Everton Silva foi atendido pelo corpo de bombeiros e o caso é investigado pela 10; Delegacia de Polícia (Lago Sul).
Memória
Violência contra moradores de rua
A morte do índio Galdino Jesus dos Santos, em 20 de abril de 1997, do povo pataxó Hã-Hã-Hãe, chocou o país há 12 anos. Ele morreu em consequência de queimaduras em 95% do corpo causadas por cinco jovens de classe média, que atearam fogo no índio enquanto ele dormia no ponto de ônibus da 703/704 sul. Segundo os cinco, eles pretendiam fazer uma brincadeira com Galdino, que acreditaram ser um morador de rua. Os quatro jovens que eram maiores de idade foram condenados a 14 anos de prisão e receberam liberdade condicional em 2004.
Também em 1997, o morador de rua Alair Roberto de Araújo, de 47 anos, foi internado no Hospital de Base com 18% do corpo queimado. Ele dormia no fundo de uma loja na 104 sul quando acordou em chamas. Não se sabe quem o atacou. No dia 21 de março de 2003, mais um caso de violência. Cinco malabaristas foram acusados de atear fogo no mendigo Leandro Lopes Celestino, de 23 anos, que sofreu queimaduras de segundo e terceiro graus em 43% do corpo. A causa do ataque foi uma discussão por disputa de território para arrecadar dinheiro. O crime aconteceu no semáforo do cruzamento entre a W3 e a via S-2, próximo ao Pátio Brasil.
Em 19 de janeiro de 2009, mais duas mortes. Os moradores de rua Paulo Francisco de Oliveira Filho, de 35 anos, e Raulhei Fernandes Mangabeiro, de 26, foram executados pelo funcionário do Banco Central (BC) José Cândido do Amaral Filho, 48 anos na 703/704 sul, mesmo local em que o índio Galdino Jesus foi morto doze anos antes. O analista do BC atirou à queima-roupa nos mendigos, que morreram na hora. José Filho fugiu, mas acabou confessando o crime dias depois.