Jornal Correio Braziliense

Cidades

Distritais de olho na vaga do TCDF

A possibilidade de ser promovido ao emprego dos sonhos ; paga bem, é vitalício e dá poder ; tem agitado o retorno dos distritais ao serviço. Um dos assuntos mais comentados nos bastidores da Câmara Legislativa é o assento que estará vago a partir de setembro no Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF). Nas últimas semanas, o governador José Roberto Arruda (DEM) intensificou as conversas para tentar convencer os parlamentares ; os da base e até os da oposição ; a votarem em seu candidato: o chefe de gabinete Domingos Lamoglia. Mas os distritais torcem o nariz para conceder o posto vitalício a um não parlamentar. Além disso, o candidato predileto do governo terá de enfrentar o desejo de Eliana Pedrosa (DEM) de ocupar a mesma cadeira. A solução, acreditam alguns deputados, pode estar no meio do caminho, com a indicação de um terceiro nome.

O limite para a indicação do sétimo conselheiro do TCDF é setembro. Nesse mês, o atual presidente do tribunal, Paulo César Ávila, se aposentará. Mas a pressão imposta pelo calendário não parece incentivar o consenso. Os distritais relutam em aceitar o nome de um forasteiro. ;Não tenho preconceito contra o Lamoglia, mas também não vou dizer que sou simpático à sua indicação;, diz Rogério Ulysses (PSB), que integra a base de apoio do governo. Ele é presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), órgão onde o candidato será submetido a uma sabatina antes que seu nome seja votado em plenário. Na visão de Ulysses, do ponto de vista estratégico, é muito mais negócio para os distritais elegerem um parlamentar, porque além de garantir um representante no TCDF, a Câmara lima um concorrente de peso nas eleições.

Resistência

Sentindo a resistência dos colegas, a própria líder do governo na Câmara, Eurides Brito (PMDB), pintou um cenário não muito favorável aos planos de Arruda. Numa reunião com o governador na última segunda-feira, ocasião em que o chefe do Executivo pediu uma avaliação sobre o encaminhamento do assunto, a distrital respondeu que dificilmente os colegas vão aceitar votar no candidato sugerido por Arruda. ;Disse ao governador que, pela minha experiência como deputada, não será fácil colocar no TCDF alguém sem mandato;, afirmou.

Com isso, os próprios deputados já falam em nomes alternativos ao de Lamoglia e ao de Eliana, que apesar de ser secretária do GDF não é admitida como opção pelo governador. ;Há conversas de que Benício Tavares (PSDB) seja uma das alternativas viáveis para Arruda;, diz um distrital, que prefere o anonimato. O próprio político lembrado, no entanto, não admite publicamente a hipótese. Por enquanto.