Cidades

Moradora da Asa Norte é finalista do concurso de dona de casa mais bonita do Brasil

Juliana Boechat
postado em 13/08/2009 08:00
Rosimeri Meds foi indicada por um dos filhos: Terça-feira, 16h. Rosimeri Meds, 43 anos, eleita a dona de casa mais bonita do Centro Oeste, está impecável. Com um vestido curto de cetim verde, cabelos pretos bem lisos até o meio das costas e sapatos altos, ela mostra, orgulhosa, a foto das 25 brasileiras finalistas do concurso (1)produzido pelo programa TV Xuxa, da Rede Globo. A foto de Rosi ao lado da filha mais nova fez com que ela deixasse para trás centenas de brasilienses. Agora, ela está a um passo da final: vai concorrer com outras quatro mulheres ; uma representante de cada região do Brasil. O prêmio final é R$ 20 mil e um ano de produtos de beleza de graça.

Para participar do concurso, as 9.542 brasileiras tinham que preencher os requisitos básicos: ter entre 30 e 45 anos, filhos, uma relação estável e ser dona de casa. Rosi nunca pensou em participar do concurso. A ideia foi dos três filhos: Ricardo, de 22 anos, Carol, 16, e Ana Paula, 11. Sem grandes expectativas em relação à vitória, ela ficou animada quando descobriu que seria uma oportunidade de conhecer Xuxa, de quem é fã desde pequena. ;Eu tinha 16 anos quando a Xuxa apareceu, mas eu não queria ser paquita. Só queria conhecê-la mesmo;, confessou, de cara.

Rosi é formada em economia e trabalhou em órgãos do governo durante quase 20 anos. Como o marido é militar, foi obrigada a mudar de cidade algumas vezes. Em uma dessas transferências, preferiu ficar em Brasília trabalhando, enquanto marido e filhos foram para Campo Grande, em Mato Grosso do Sul. Durante um ano, Rosi só conseguia encontrar a família nos fins de semana, quando viajava para a outra cidade. Não demorou muito para perceber que os filhos estavam indo mal na escola e insatisfeitos. Foi quando largou o emprego e se mudou para perto da família.

Mudança de vida
Um ano depois, o marido foi transferido de volta para Brasília. O ex-chefe de Rosi convidou-a para voltar a trabalhar, mas ela não aceitou. A promessa inicial, de passar apenas um ano fora do mercado de trabalho, se estendeu por quase quatro anos. ;Eu já critiquei muito as mulheres que não trabalham fora de casa, mas, depois dessa experiência, estou muito mais feliz. É paz interior. Meus filhos estão mais tranquilos e isso me passa segurança;, confessou a moradora da 204 Norte.

Rosi tentou ser dona de casa outras vezes. ;Eu era egoísta. Tudo o que eu queria era crescer na profissão pela qual eu tinha estudado e lutado tanto. Quando parava de trabalhar e ficava em casa, colocava a culpa nos meus filhos;, contou. Para Rosi, a grande diferença das outras tentativas para essa última foi a maturidade e o apoio da família: ;Ainda bem que deu tempo de recuperar alguns danos que cometemos. Somos muito mais felizes hoje do que quando eu ganhava dinheiro, tinha babá etc;.

A dona de casa garante que, mesmo não trabalhando fora, não fica parada por muito tempo. Ela gosta de cozinhar, leva e busca os filhos na escola e auxilia no dever de casa. Para fazer cumprir toda a agenda do dia, Rosi acorda às 5h e prepara o café da manhã para os filhos. Depois de deixar a filha mais nova na escola, vai para a academia ou ao Parque da Cidade. Dependendo do mês, se sobrar dinheiro, faz sessões de massagens durante as tardes. ;Gosto de me cuidar. Mas a minha maior profissão é ;mãetorista;. Levo e busco meus filhos de todos os lugares;, disse.

Rosi nunca esteve tão satisfeita. Por isso, não liga para as mulheres que criticam a sua escolha de vida. Para ela, a dona de casa de hoje em dia lê muito, tem tecnologia à disposição e mais diálogo com os filhos e a família. E garante que o serviço em casa é tão ; ou mais ; pesado como outras profissões. ;Dona de casa é a reunião de várias profissões em uma só: sou psicóloga, enfermeira, passadeira; A única diferença é que não sou remunerada.;

Rosi não pensa em voltar a trabalhar. Quer se dedicar aos filhos e ao marido e não vê a hora de ser avó. ;Estou pensando no estado emocional da família como um todo. Eu queria passar por essa experiência. Só assim percebi o quanto era egoísta;, reforçou. Ano que vem, o marido de Rosi deve ser novamente transferido para o Rio de Janeiro: mais um motivo para ela continuar sendo dona de casa. ;Hoje, tenho tudo o que eu preciso;, contou, satisfeita.

1 - Beldades familiares
O concurso A dona de casa mais bonita do Brasil foi lançado pelo programa TV Xuxa em 8 de maio deste ano. Mais de 9 mil mulheres se inscreveram em todo o país. Em 3 de julho, apenas 25 finalistas foram escolhidas. Dessas, uma mulher de cada região foi selecionada para concorrer ao prêmio final de R$ 20 mil e um ano de produtos de beleza de graça. Para participar do concurso, era preciso ter entre 30 e 45 anos, filhos, uma relação estável e, claro, ser dona de casa. No Centro-Oeste, além de Rosimeri, as finalistas foram Mary Lúcia Rodrigues de Oliveira e Albertina Ribeiro dos Santos, de Brasília; Shirlene da Rocha Gonzaga, de Goiânia; e Adriana Célia Siqueira, de Uruaçu (GO).

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