postado em 15/08/2009 10:45
A guerra entre gangues no Distrito Federal fez mais uma vítima. Um menino de 17 anos foi morto a tiros na madrugada deste sábado (15/8), em Planaltina, na Quadra 14 daVila Buritis. Davi Henrique da Silva Ribeiro sofreu ferimentos de arma de fogo na região das costelas, do lado direito, e morreu no local do crime. Um amigo da vítima, de 15 anos, também foi alvejado, mas recebeu socorro no Hospital Regional de Planaltina (HRP) e passa bem.
[SAIBAMAIS]A caminho do hospital, o sobrevivente contou à polícia civil que estava dentro de um bar da Quadra 6 da cidade quando viu um homem correr atrás de Davi e de um outro adolescente. Ao ver o amigo, o garoto de 15 anos teria saído do estabelecimento para tentar socorrê-lo. Ambos correram até a Quadra 14, onde a perseguição chegou ao fim com a morte de Davi. A 31ª Delegaica de Polícia (Planaltina) apura o crime. A linha de investigação segue a teoria de que os jovens envolvidos no caso fazem parte de uma das gangues da cidade. O assassinato teria sido uma vingança do grupo rival. Em Planaltina, no Setor Residencial Leste, há facções rivais nas quadras da Vila Buritis 1,2,3 e 4 e no bairro Pombal.
Com tantas gangues, a cidade está em quarto lugar no ranking de homicídios do Distrito Federal e registrou a quinta maior taxa de assassinatos por quantidade de habitantes. Além da Vila Buritis, a polícia civil aponta como "pontos quentes" a Estância V, a quadra 02 do Jardim Roriz, Mestre D'Armas e Vale do Amanhecer. A morte de jovens cometidas por outros jovens não é caracteristica exclusiva de Planaltina. O comum, no DF, é que a maioria dos agressores tenham entre 16 e 30 anos, o que representa 74,54% de todos os acusados de assassinato. A maioria das vítimas tem essa mesma idade. De 318 homicidio em 2008, 200 vítimas estavam nessa faixa etária. A maioria das vítimas e agressores são presos ou mortos antes de constituir família. "A faixa etária compreendida entre 18 e 24 anos é a mais crítica tanto para as vítimas quanto para os autores. Nessa faixa etária, morre-se e mata-se mais.", diz um trecho do levantamento policial.
Os dados da PC mostram ainda que grande parte das mortes ocorrem por motivo fútil. Os casos relacionados a gangues, drogas, viganças e acertos de contas representam 47% das mortes. Outro dado de destaque na pesquisa indica que 63% dos crimes ocorreu entre pessoas conhecidas. "Os dados apenas apontam para a vulnerabilidade dos jovens, expostos a oportunidades e estímulos sociais negativos, como o tráfico de drogas, uso de armas, consumo de bebidas alcoólicas. Em contrapartida, esses estímulos vêm agregados à pobreza, à falta de oportunidade no mercado de trabalho, à evasão escolar e tantos outros fatores sociais.", conclui o relatório.