Cidades

Aliados da candidatura de Roriz ao governo do DF enfrentam processos na Justiça

postado em 16/08/2009 08:18
Para enfrentar a guerra dentro do PMDB e se tornar candidato ao Governo do Distrito Federal em 2010, o ex-governador Joaquim Roriz montou uma verdadeira tropa de choque. Com bases em diferentes estados, a linha de frente em defesa da sua candidatura tem uma marca em comum: o histórico de problemas na Justiça que seus integrantes têm enfrentado ao longo dos anos. A começar pelo próprio ex-governador, que teve de renunciar ao cargo de senador para evitar a cassação, seus aliados também possuem no currículo denúncias e afastamentos dos cargos públicos.

O autor do pedido de intervenção da executiva nacional no DF, deputado federal Laerte Bessa, por exemplo, é indiciado em um inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) por crimes variados. Dentre eles, formação de quadrilha, peculato, lavagem ou ocultação de bens e práticas de irregularidades eleitorais. Bessa representou no Conselho de Ética do partido pedindo a dissolução da atual executiva regional, que não concorda com a candidatura de Roriz. O caso tem como relator o aliado de Joaquim Roriz, ex-senador por Goiás Lázaro Barbosa.

Um lobby intenso a favor do ex-governador também tem partido da cúpula peemedebista em Goiás. O presidente estadual da legenda, Adib Elias, não tem poupado declarações a favor do ambicioso plano do grupo rorizista. Adib, por sua vez, já enfrentou tempestades enquanto ocupou cargos públicos. Durante os quatro anos à frente da Prefeitura de Catalão (GO), teve as contas rejeitadas pelo Tribunal de Contas do Município. Também precisou se explicar para o partido em 2007, quando dois dos seus auxiliares diretos foram presos, acusados de corrupção e favorecimento de empresas aliadas em licitações públicas. Adib resistiu às pressões para deixar o partido, mas resistências internas continuaram a lhe perseguir. O apoio declarado à candidatura de Roriz é também uma chance de recuperar fôlego em sua vida partidária.

Da República de Goiás também parte o apoio intenso do casal Irís Rezende, prefeito de Goiânia, e Íris de Araújo, presidente nacional da legenda em exercício. Em se tratando do enfrentamento da Justiça, o currículo do prefeito é bem extenso. Em 2006, ele foi condenado em primeira instância a indenizar os cofres públicos e as empresas que tinham contrato com a prefeitura até o início de 2005. O valor da indenização estava orçado em mais de R$ 10 milhões. De acordo com a denúncia, o prefeito cancelou os contratos em vigor para contratar de forma emergencial algumas das mesmas empresas e outras que haviam colaborado com sua campanha eleitoral. Em agosto do mesmo ano, o aliado de Roriz também foi denunciado pelo Tribunal de Contas do Município, que julgou ilegal um contrato de publicidade feito pela prefeitura com a Stylus Propaganda no valor de R$ 1 milhão. A empresa beneficiada tinha sido a responsável pela propaganda da campanha do peemedebista para a prefeitura em 2004. À frente do cargo público, Íris Rezende também chegou a ser acusado de favorecer com contratos milionários amigos advogados, que atuaram em suas campanhas.

Figuras nacionais
Em defesa da candidatura de Joaquim Roriz ao Governo do Distrito Federal também há peemedebistas de visibilidade nacional e uma longa lista de processos judiciais. O deputado Jader Barbalho (PMDB-PA) é sempre citado nas rodas de conversas do grupo aliado ao ex-governador como um ;entusiasta; do seu retorno ao Palácio do Buriti. Barbalho, por sua vez, ainda enfrenta vários processos judiciais. O parlamentar foi acusado, entre outros crimes, de desviar cerca de R$10 milhões do Banco do Pará (Banpará) e de manter relações estreitas com fraudadores da Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam). As denúncias o levaram a renunciar ao cargo de presidente do Senado, e, posteriormente, ao mandato de senador. Tudo para evitar a cassação.

No rol dos nomes citados como componentes da tropa de choque em defesa de Roriz no PMDB também está o ex-governador mineiro Newton Cardoso. Com uma lista de crimes e acusações tão ampla quanto os demais integrantes do grupo rorizista, Cardoso foi processado por corrupção e desvio de dinheiro público.

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