Cidades

Começam as obras de infraestrutura nos estacionamentos da área econômica do Sudoeste

postado em 25/08/2009 08:29

Os moradores do Sudoeste se orgulham de viver em uma das regiões mais valorizadas da capital federal, com localização privilegiada e amplo acesso a comércio e serviços. Quem mora na área econômica, porém, é obrigado a conviver com estacionamentos improvisados. Uma realidade que perdura desde a construção dos prédios, mas deve começar a mudar a partir de hoje. A Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap) vai iniciar as obras de urbanização nas quadras 1, 5 e 6.

As oito quadras do Sudoeste Econômico abrigam prédios de até três andares, a maioria sem elevador. Em cada um dos 32 blocos de cada conjunto de edifícios, há até 18 apartamentos, quase sempre de dois quartos ; características que valeram ao local o apelido de ;econômico;, já que nas demais residenciais do Sudoeste (1)os apartamentos são maiores e luxuosos. ;Nas quadras chiques, a urbanização é total. Aqui, temos que pagar um IPTU igual e conviver com essa situação dos estacionamentos;, reclamou a médica Denise Araújo, 39 anos, moradora da Quadra 1 há cinco anos. ;Na época da chuva, alaga, vira uma lama e suja os carros. Na seca, o problema é a poeira. Isso sem falar na falta de iluminação;, completou ela.

São 113 estacionamentos a serem pavimentados nas contas da administração regional. Em vez de asfalto, a maioria tem piso de chão batido ou brita. Na primeira fase, a Novacap realizará o trabalho em 20 espaços das quadras 1, 5 e 6. A expectativa é pavimentar entre 350 e 400 vagas até o fim do ano ; ainda não há previsão para começar o serviço nas demais quadras. ;É uma reivindicação bem antiga da população aqui. Comprei meu apartamento há 11 anos e sempre foi essa promessa. Espero que as obras andem rápido;, cobrou a comerciante Luzia Antunes Vieira, 39, da Quadra 5.

A falta de pavimentação dos estacionamentos cria situações que facilitam crimes, como invasão de área pública. Nem todos os locais destinados aos carros têm brita como demarcação. Com isso, automóveis param em qualquer lugar. Com isso, quem sofre é a área verde. ;Quem é que sabe aqui onde pode e onde não pode estacionar?;, questionou o aposentado Messias Carneira, 62, olhando para o espaço entre blocos da quadra 2.

O cenário piora nas épocas de chuva. A que caiu neste fim de semana foi suficiente para criar poças nos locais. ;Teve uma vez que eu desci para ir trabalhar e meu carro estava dentro de uma lagoa. Eu, de salto e meia calça, não tinha como chegar a ele. Não sei o que teria feito se o porteiro não tivesse entrao na água e tirado o carro;, contou a advogada Luíza Carmen de Assis, 28. ;Todo mundo sabe o quanto está alto o IPVA. Acho que pagar os impostos direito deveria garantir o acesso a serviços básicos. É um absurdo ver estacionamentos de brita a três quilômetros do centro do poder.;


1 - Duas localidades
A região administrativa que hoje inclui Sudoeste e Setor Octogonal foi criada em 1989. Os primeiros prédios da Octogonal foram erguidos na década de 1970, como parte do Cruzeiro. Já o Sudoeste foi criado nos anos 1990. Cresceu rapidamente durante a década e hoje é um dos endereços mais caros do DF. Abriga 50 mil habitantes.

Eu acho...

;Moro aqui há 13 anos e só tenho a esperança de ver esses estacionamentos asfaltados porque ela é a última que morre. São estacionamentos de brita porque os condomínios colocam as pedras. Na época da chuva, chega a alagar. Outra questão importante aqui é que não tem calçadas nas ruas. O pedestre tem que dividir espaço com os carros. Nisso, parece que a Novacap, infelizmente, não pensa mesmo.;

Sérgio Ricardo de Almeida Vitor, 42 anos, administrador de empresas

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