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Parar o carro em vaga pública pode custar até R$ 4/hora

Esse é o valor máximo previsto no edital para construção de estacionamentos subterrâneos na zona central de Brasília. As obras devem começar em 2010. Enquanto isso, sem vagas, deixar o veículo na rua é um drama para os motoristas, que levaram 49 mil multas de janeiro a julho

Adriana Bernardes
postado em 25/08/2009 08:36
O edital de concorrência pública para construção dos estacionamentos subterrâneos será divulgado em setembro. A Secretaria de Transportes fixou em R$ 2/hora a tarifa máxima para as vagas que serão privatizadas na superfície e em

R$ 4/hora o valor das subterrâneas, como antecipou o Correio em fevereiro passado. Por meio de Parceria Público-Privada, o governo pretende criar 20 mil vagas na área central da cidade e tentar diminuir o déficit de estacionamento.

Esse é o valor máximo previsto no edital para construção de estacionamentos subterrâneos na zona central de Brasília. As obras devem começar em 2010. Enquanto isso, sem vagas, deixar o veículo na rua é um drama para os motoristas, que levaram 49 mil multas de janeiro a julhoO secretário de Transportes, Alberto Fraga, explicou que vencerá a empresa que ofertar o menor valor de tarifa. Técnicos da Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan) finalizam a licitação. ;Ainda falta fechar onde os estacionamentos subterrâneos serão construídos e quantos serão;, disse. Mesmo que a concorrência pública seja publicada neste ano, as obras, segundo Fraga, só devem começar no início do próximo ano. Ainda não foi definido o prazo para o fim da construção.

Irritado com a falta de estacionamento na área central de Brasília, o comerciante Célio Ribeiro da Cunha, 34 anos, aprova o sistema rotativo. ;Quem trabalha é dono das vagas. Chega cedo e vai embora no fim do dia. Quem precisa resolver qualquer outra coisa, fica na mão desses flanelinhas;, desabafou.

[SAIBAMAIS]Na última semana, a reportagem conversou com pelo menos cinco motoristas que adotaram a tática de ir ao Setor Comercial Sul acompanhado de outra pessoa para não perder tempo ; e a paciência ; ao tentar encontrar uma vaga. O estudante Marcos Roberto Vieira da Silva, 26 anos, é um desses caronas úteis. ;Minha mãe precisava pegar um documento aqui. Vim para esperar no carro enquanto ela resolve o problema;, comentou.

Desestímulo
Fraga reconhece que as 20 mil vagas não vão resolver o problema da área central de Brasília ; a capital federal possui frota de mais de 1,1 milhão de veículos, e o déficit de vagas já chega a 45 mil pontos em todo o DF. No entanto, o secretário acredita que, até a inauguração dos estacionamentos rotativos, o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) estará funcionando e o governo terá melhorado a oferta de transporte público. ;Esperamos tirar 30% dos carros das ruas. Com opções mais rápidas e de qualidade e a cobrança para estacionar, esperamos desestimular as pessoas a usarem os carros;, disse. Com essa mudança de comportamento por parte dos condutores, espera-se diminuir os casos de desrespeito à lei (veja quadro).

Um estudo do governo apontou a quantidade de vagas disponíveis em seis regiões de Brasília onde se pretende construir os estacionamentos subterrâneos. Existem atualmente 12.357 vagas, sendo 7.542 públicas, 2.330 pagas e 2.485 privadas ; nas garagens dos prédios. Para a estudante Iris Sobral, 24 anos, a criação de mais vagas só vai estimular as pessoas a usarem os carros. ;A gente precisa de transporte público. Na Europa, rico e pobre usam o transporte público porque lá funciona. É barato, limpo e rápido. O oposto do que temos aqui;, comparou.

Contrato
Pela Parceria Público-Privada, a empresa interessada arca com todos os custos e, em troca, conquista o direito de explorar o serviço por determinado período. Cogitou-se fazer concessões
de 30 anos.

Espaço
As localidades mais problemáticas em oferta de vagas são, de acordo com o levantamento: Setor Comercial Sul, Setor Bancário Sul, Setor Bancário Norte, Setor de Autarquias Sul, Setor Hospitalar Sul e Esplanada dos Ministérios (especialmente o lado sul).

(Leia matéria completa na edição completa do Correio Braziliense)

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