Ana Maria Campos
postado em 27/08/2009 08:11
Aparentemente está tudo empatado. Das 12 chapas que se formaram para disputar o comando do Partido dos Trabalhadores no Distrito Federal, cinco torcem pela candidatura de Agnelo Queiroz ao Palácio do Buriti, outras cinco defendem Geraldo Magela na disputa pela indicação do partido e dois concorrentes ao Processo de Eleição Direta (PED)(1) estão neutros. A divisão cartesiana, no entanto, não reflete o peso real das forças que cada uma das chapas terá para influenciar em uma ou na outra escolha.O que vai contar não é necessariamente a quantidade de candidatos fazendo volume de um lado ou outro, mas a musculatura que a candidatura ganhará, inclusive, com o apoio dos pré-candidatos ao governo. Assim, nomes que não partem do zero, como o de Roberto Policarpo, da Articulação, podem levar vantagem, o que nesse caso, beneficiaria a corrida de Agnelo. Como presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Poder Judiciário, o Sindjus, Policarpo fará campanha tendo como plataforma o movimento sindical. É com o potencial dessa base que ele vai se lançar também à deputado federal em 2010.
Assim como Policarpo, Wilmar Lacerda pode valer mais do que o peso de uma chapa no PED de novembro. Ex-presidente por dois mandatos e muito ligado ao senador Cristovam Buarque ; o que pode aproximar no futuro o PDT do PT ;, Wilmar entrou na disputa do comando da legenda na tentativa de unificar algumas das tendências em torno do nome de Agnelo Queiroz. Para o pré-candidato, a depender das conversas nos próximos dias, é possível chegar ao fim do processo sem candidaturas adversárias. ;Mesmo com tantos concorrentes, acredito numa unidade. Podemos chegar ao PED com uma chapa única;, diz Wilmar Lacerda.
Contrapeso
Mas a força que pode ser um contrapeso em favor de Geraldo Magela já foi testada e provada em outras oportunidades. Basta lembrar da última disputa pela presidência do PT, em 2007. Na época, Magela construiu a candidatura de Lenildo Moraes ; que era uma figura de pouca expressão ; a ponto de as urnas registrarem a vitória de Lenildo.
O resultado foi contestado por Chico Vigilante, então candidato à reeleição, que entrou com pedido de anulação do processo de eleição interna por alegar fraude na disputa. O caso acabou decidido pelo comando nacional do partido que determinou a realização de outra eleição. Vigilante acabou assumindo a presidência.
[SAIBAMAIS]O regimento interno do PT estabelece um prazo de 10 dias após o registro das candidaturas para que os concorrentes possam se entender. É um período onde são permitidas as ;fusões;, ou seja, chapas distintas podem se unir em torno de um candidato. As eleições internas do PT estão agendadas para o próximo 22 de novembro.
Se nenhum dos candidatos obtiver metade mais um dos votos, haverá segundo turno na primeira semana de dezembro. Ao todo, existem 36 mil pessoas filiadas ao PT no Distrito Federal. Segundo o atual presidente do PT, Chico Vigilante, apesar do exército de militantes, apenas 8 mil têm o hábito de votar nas eleições internas do partido.
1- PED
Votação realizada entre os militantes do PT para a escolha do presidente do partido e do diretório que vai comandar a legenda. O mandato do presidente eleito vale por dois anos, cabendo a reeleição por outros dois.
; Quem está com quem
Doze candidatos vão disputar a presidência do PT. Eles se dividem em três grupos: os que apoiam a candidatura ao GDF do deputado Geraldo Magela, os que estão do lado de Agnelo Queiroz e ainda os que pretendem ficar neutros no processo. Confira:
Do lado de Geraldo Magela
Carlos Roberto (Socialistas do Movimento Popular)
Dirsomar Chaves (Movimento PT)
Gustavo Balduíno (Partido Ético e Democrático)
Hélio José (Base Petista e Socialista)
Jamil Mustafá (Alternativa Militante)
Do lado de Agnelo Queiroz
Abimael Nunes (Movimento de Afirmação do Socialismo)
Chico Machado (Movimento de Reafirmação do Socialismo)
José Ricardo (Articulação de Esquerda)
Roberto Policarpo (Articulação)
Wilmar Lacerda (Construindo uma nova Brasília)
Em cima do muro
Antônio Sabino (Bloco Popular de Base)
Márcio Sindharta (O Trabalho)