O Ministério Público Federal no Distrito Federal (MPF/DF) concluiu que não há irregularidades na contratação do artista Francisco Galeno ou nos painés que foram pintados por ele, na Igreja Nossa Senhora de Fátima, na 307/308 sul.
A investigação do MPF começou após os procuradores receberem um abaixo assinado de paroquianos da Igreja, em junho deste ano. Para os fiéis, haveriam irregularidades nas obras de restauração do monumento. Eles pediam que os procuradores intercedessem para que as paredes voltassem a ser mais tradicionais e das cores anteriores, pintadas de azul e branco.
De acordo com o superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Alfredo Gaspal, além dos fiéis uma parte limitada da paróquia se manifestou. "Eles disseram que preferiam uma santa de gesso, mais tradicional, mas, apesar disso, não chegaram a assinar o documento".
As pinturas de Galeno substituem os afrescos originais, criados por Alfredo Volpi quando a igreja foi construída. A obra se perdeu anos depois da inauguração da igreja e, segundo análise feita por um técnico do Iphan, especialista em restaurações, não há possibilidade de recuperação da obra original do italiano.
Em parecer técnico o Iphan afirmou que a escolha do artista foi acertada. ;As pinceladas de Galeno assemelham-se às de Volpi no movimento desencontrado, pois ambos mudam a direção do pincel para conseguirem movimento e expressão", explicam no documento.
Fim da Polêmica
A polêmica em torno da pintura de Francisco Galeno na Igrejinha começou em novembro do ano passado, após o Correio publicar o esboço da pintura que seria feita por ele para o altar. A pintura em papelão era uma representação de Nossa Senhora de Fátima, mas provocou insatisfação entre fiéis que a acharam muito parecida com Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil. Desde janeiro, quando a obra começou a ser pintada na parede da Igrejinha, Galeno mudou três vezes o desenho da Virgem Maria para atender os fiéis. No dia 26 de junho o artista conseguiu concluir sua obra.
Com o a conclusão da investigação feita pelo MPF, o artista Frascisco Galeno dá por encerrado o assunto. "Sempre tive consciencia que no fim iria prevalecer o bom-senso. Fiquei contente com o resultado, que foi feito dentro da proposta do IPHAN". De acordo com o superintendente do IPHAN, não houve mais reclamações a respeito da obra do artista.
Saiba mais sobre o artista Francisco Galeno