Cidades

Mulher esfaqueada por bombeiro continua internada em estado grave

postado em 28/08/2009 09:13
É grave o estado de saúde da enfermeira Danielle Christine de Alencar Paulino Nascimento, 27 anos. Na noite de ontem, ela teve uma hemorragia e, depois de fazer diversos exames e passar por uma tomografia, os médicos constataram um edema pulmonar (inchaço ou acúmulo de líquido nos pulmões). Danielle foi esfaqueada na altura dos olhos, ombros e no peito pelo ex-marido, o bombeiro reformado e professor de cursinhos Kléber da Silva Nascimento, 38, que está preso.

[SAIBAMAIS]O crime ocorreu na manhã da última quarta-feira, em um apartamento na CSB 10 de Taguatinga Sul. Kléber também é acusado de ter arrastado Danielle pelos cabelos, amarrado os pés e as mãos dela, dado socos e pontapés na barriga e ainda jogar água quente em cima de seu corpo e rosto. O motivo seria o fato de ele não aceitar o fim do relacionamento de nove anos. Se condenado, o acusado poderá ser excluído do Corpo de Bombeiros e parar de receber remuneração.

Danielle está internada em um hospital particular de Taguatinga Sul. "Não entendo o porquê desta crueldade", disse o irmão da vítima, o diretor técnico Márcio Luiz de Alencar Paulino, 41. Kléber foi preso em flagrante após se entregar no Batalhão dos Bombeiros do Gama. Por volta das 7h de quarta, ele teria ligado para a ex-mulher e pedido para que ela fosse até o apartamento pegar seus pertences. Conforme relato da própria vítima, assim que ela entrou, o bombeiro a arrastou até um quarto onde a sessão de tortura começou.

"Você está sentindo dor? Eu não estou sentindo nada", teria dito o acusado. "Ele disse que iria matá-la e depois se matar", contou o irmão. Uma panela de água quente a esperava na cama enquanto uma outra fervia no fogão. Segundo informações obtidas pelo Correio, depois de derramar a primeira panela no corpo da vítima, Kléber foi até a cozinha em busca de mais água fervente. Nesta hora, a enfermeira conseguiu se desprender das amarras e correr para o banheiro, onde se trancou e gritou por socorro.

Kléber ainda tentou arrombar a porta, mas teria ficado intimidado com o síndico do prédio que batia na porta perguntando o que estava acontecendo. Ele resolveu fugir no carro da enfermeira, um Xsara Picasso, placa HAN 3826-DF. Rumo ao Gama, optou por se entregar.

Segundo a família da enfermeira, Kléber era evangélico, mas tinha um histórico de violência. Tanto que, há dois meses, Danielle resolveu morar com a mãe. "Ele não deixava minha filha sair nem com a família. Usava trechos da Bíblia e dizia que a mulher tem que ser submissa ao marido", destacou a mãe de Danielle, Dalva Souza de Alencar, 58 anos. Kléber está preso na 3; Companhia Militar Independente, na Papuda, onde ficam militares detidos. Ele foi indiciado por tentativa de homicídio e pode pegar 20 anos de reclusão. O advogado do acusado, Marcelo Carvalho, preferiu não dar detalhes de como vai proceder para defendê-lo.

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