Cidades

Obras no Viaduto da Epia vão piorar tráfego na EPTG

postado em 30/08/2009 08:22
O trânsito na Estrada Parque Taguatinga (EPTG) ficará ainda mais complicado. A partir de hoje, o governo começa a tocar as obras na parte de cima do viaduto na altura da Estrada Parque Indústria e Abastecimento (Epia). Uma faixa da direita será interditada nos dois sentidos, tanto para quem segue de Taguatinga para o Plano Piloto quanto para quem faz o percurso contrário. Cada faixa tem 130m de extensão e o estreitamento da via deve durar pelo menos 60 dias, segundo estimativa do secretário de Transportes, Alberto Fraga. Quando concluído, o viaduto passará a ter o dobro de faixas de rolamento.

A intervenção deverá provocar engarrafamentos ainda maiores, uma vez cerca de 150 mil veículos passam pela EPTG todos os dias. Em razão disso, os motoristas deverão ter paciência e buscar caminhos alternativos nos horários de pico, como a Estrada Parque Guará (EPGU) e a Via Estrutural. De acordo com Alberto Fraga, esse é só o começo de uma série de transtornos, uma vez que ainda será preciso trabalhar na construção de vias exclusivas para ônibus, em acostamentos e vias de velocidade. ;Quando começarmos a mexer nos canteiros centrais, a dor de cabeça vai aumentar, porque vamos fazer o recapeamento asfáltico justamente onde passam os carros. Queremos concluir as marginais o quanto antes para poder desviar o trânsito;, explicou.

Quem utiliza a via para trabalhar está apreensivo com a interdição em cima do viaduto. ;O trânsito já é terrível na EPTG. Antigamente eu gastava uns 20 minutos para chegar ao trabalho e passei a gastar uma hora e meia desde quando as obras começaram. Agora não quero nem imaginar como vai ficar a situação;, reclamou o administrador Edival Lago, 35 anos. Outro que está temeroso é o contador Houseman Fernandes, de 34 anos. Antes de sair de casa, ele sempre procura se informar sobre a situação do trânsito na EPTG. Houseman mora no Jóquei e não tem muita alternativa para chegar ao Plano Piloto. ;Trabalho na Asa Sul. Se eu for pela Estrutural, é uma volta muito grande que dou e então não compensa. Vou tentar achar outro caminho, porque pela EPGU também tem obra e tem engarrafamento do mesmo jeito;, disse.

Até 2010
A obra faz parte do programa Brasília Integrada, que tem por objetivo melhorar o trânsito na capital federal. Ela será financiada pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e está orçada em R$ 244 milhões. O prazo de conclusão das obras na EPTG , que deverá ser cumprido rigorosamente, é 21 de abril de 2010. Para isso, no último mês o governo local determinou a contratação de novos funcionários pela empresa vencedora da licitação ocorrida no início deste ano. No lugar de 550 trabalhadores, entre ajudantes de pedreiro, carpinteiros e técnicos em segurança, o GDF conta com 860 funcionários contratados e subcontratados. Para acelerar o serviço, três equipes de terraplanagem estão trabalhando durante os sete dias da semana no período noturno e de madrugada, até as 6h. A quantidade de equipamentos também aumentou. São 150 máquinas pesadas e 87 caminhões utilizados para carregamento de terra. Até o mês passado, havia 90 máquinas e 54 caminhões basculantes.

O projeto prevê a construção de cincos novos viadutos em toda a EPTG e 17 paradas de ônibus nos 12,7km da via. Em todos os pontos, haverá uma passarela de concreto para travessia dos pedestres com segurança. Com as obras, a intenção também é melhorar o transporte público no DF. Está prevista ainda a compra de 400 novos ônibus com capacidade para 160 pessoas. Eles deverão circular do lado esquerdo da via, por um corredor exclusivo que será construído em cima do canteiro central. A expectativa é de que haja uma redução significativa nos congestionamentos. Toda a pista será recapeada com material de concreto, no lugar da massa asfáltica. O objetivo é que ela seja mais resistente.

A maior dificuldade para que os trabalhos sejam finalizados na data estipulada é em relação ao período chuvoso, que chegou antes do tempo. Este ano, por exemplo, choveu 80 milímetros só no mês de agosto, enquanto em 2008, no mesmo período, nenhuma gota d;água caiu sobre Brasília. ;Se chover muito, alguns serviços de terraplanagem ficam prejudicados em razão do comportamento do solo, mas acredito que ainda temos um bom tempo de estiagem pela frente;, ressaltou Alberto Fraga.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação