postado em 30/08/2009 11:33
;Assim não dá, juiz!”, reclama um pai. ;Isso! Vai, vai, vai;, incentiva outro da arquibancada em uma cena comum em fins de semana na escola. A competição que aconteceu na tarde de ontem na Escola Paroquial Santo Antônio, na Asa Sul, não teve nada de convencional. Uma disputa que despertou paixões comparáveis às do futebol, mas era de sumô; de robôs. Um campeonato acirrado, e que premia todos os participantes com um bem valioso, o conhecimento.Poucas escolas de Brasília oferecem aos alunos a oportunidade de aprender robótica ; e todas são particulares. Uma realidade que tem mudado bem mais vagarosamente do que os avanços tecnológicos. ;Estamos na terceira edição das Olimpíadas de Robótica em Brasília e percebemos que o número de participantes tem aumentado. Mas há escolas que aparecem em um ano e não voltam no outro;, conta um dos coordenadores do evento, Cristiano Prates, professor de robótica, disciplina que não consta do currículo obrigatório.
Equipes do Santo Antônio, onde ocorreu o torneio, do Ânima, Galois, Mackenzie e Nossa Senhora de Fátima participaram do evento, que é dividido em duas categorias: Ensino Fundamental e Ensino Médio ou Técnico. Os ganhadores participarão da etapa nacional da olimpíada, que este ano acontece em outubro na Universidade de Brasília (UnB). ;A equipe ganhadora do Ensino Médio poderá ainda disputar o campeonato mundial do sumô de robôs;, informa Prates.
Os robôs utilizados na disputa são montados e testados durante as aulas. Quem decide a forma e programa as máquinas são os próprios estudantes. ;A linguagem de programação é livre; mas a maioria usa as plataformas NXTG e Robolab, que são simples e podem ser trabalhadas com alunos tanto da 3; série do ensino fundamental como do ensino superior;, comenta Prates. Também é a equipe que decide o material com o qual será montado o robô. Pode ser com as leves peças do jogo Lego ; que deixam o aparelho mais ágil, ou lata e sucata, para garantir mais resistência.
Sensores de luz instalados em pontos estratégicos dos robôs fazem com que eles não escorreguem do ringue ; uma base de madeira com um metro de diâmetro. ;A superfície é clara e as bordas, pretas. O mecanismo faz com que o robô volte ao chegar na ponta;, ensina Prates. Não há como controlar os aparelhos remotamente. Tudo é feito via programação prévia. É possível deixar os aparelhos mais rápidos ou na defensiva. Mas, durante a luta, são dois robôs cegos circulando pela base. O objetivo básico é derrubar o oponente do ringue.
E cada vitória foi comemorada com muito barulho pelo público formado por dezenas de alunos, pais, amigos e curiosos como o estudante de engenharia de redes Cássio Ferreira Nunes, 22 anos. ;Já vi uma competição dessas em São Paulo e me interessei porque sempre aparecem soluções impressionantes da cabeça deles, que é menos poluída do que a de quem trabalha na área e acha que sabe tudo;, avaliou.