José Guilherme e Maria foram golpeados na barriga e Francisca, nas costas. Os corpos do advogado e da empregada estavam perto da cozinha e o de Maria localizava-se junto ao closet do quarto de casal - único cômodo que apresentava sinais de ter sido remexido. A polícia encontrou, na cozinha, uma faca de 15cm que pode ter sido usada no crime. Policiais acreditam que o suspeito tenha fugido pela saída de serviço, já que a porta estava suja de sangue.
Uma irmã da governanta informou que conversou com Francisca por telefone por volta das 16h de sexta-feira. A polícia acredita que o crime tenha ocorrido entre 17h e 19h do mesmo dia, já que no apartamento foi encontrada a mesa pronta para um lanche.
Como os três não eram vistos desde sexta, uma neta do casal se dirigiu ao apartamento e chamou um chaveiro para abrir a porta. Ao se deparar com os corpos, acionou a polícia. Não havia marcas de arrombamento no local e os vizinhos disseram que não ouviram barulhos provenientes do apartamento de Villela. O porteiro do edifício afirmou que o condomínio possui câmeras de segurança no térreo e na garagem.
A delegada da 1; Delegacia de Polícia (Asa Sul), Martha Vargas, afirmou que alguns pertences de baixo valor sumiram do closet, o único local do apartamento que não estava intacto. Ela acredita que os corpos deveriam estar no local desde sexta-feira e que os bens podem ter sido levados para confundir os investigadores.
Nascido em Manhuaçu (MG), Villela tinha 73 anos e era formado em Direito pela Universidade de Minas Gerais. Foi, também, ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) entre 1980 e 1986. Ele era dono de um conceituado escritório de advocacia em Brasília e atuava em tribunais superiores. José Guilherme e Maria deixam dois filhos.
"Maldição" Collor
A morte de Villela é mais uma das tragédias que marcaram as pessoas que estiveram próximas ao ex-presidente Fernando Collor no período de seu impeachment. Entre os casos de família, está o do irmão de Collor, Pedro, que morreu em dezembro de 1994, com câncer no cérebro. A mãe do ex-presidente entrou em coma em setembro de 1992, logo após o escândalo envolvendo o filho, e morreu em fevereiro de 1995, com paralisia em vários órgãos.
No círculo de amizades próxima a Collor, a mulher de Paulo César Farias, Elma, morreu em julho de 1994 em Brasília, vítima de edema pulmonar agudo e insuficiência cardíaca. O caso deixou dúvidas no ar, já que Elma gozava de perfeita saúde e seu corpo foi cremado no dia seguinte à sua morte.
[SAIBAMAIS]Em 1996, o próprio PC Farias morreria em junho, com um tiro no peito, junto com a namorada, Suzana Marcolino. Em 1999, Rinaldo da Silva Lima, um dos seguranças que fazia a guarda da casa de PC Farias, foi assassinado com quatro tiros.