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DF-150: Obra paralisada leva perigo a motoristas

Condutores se queixam das más condições da pista, que teve a duplicação embargada pelo Instituto Chico Mendes, há cerca de um mês. Protesto marcado para hoje cobrará solução

Helena Mader
postado em 02/09/2009 08:20
A duplicação da rodovia DF-150 sempre foi a grande reivindicação dos moradores de Sobradinho II e do Grande Colorado. Com o crescimento populacional da região, a pista não suportava mais o tráfego intenso. Em março deste ano, o Departamento de Estradas de Rodagem (DER) autorizou o início da obra, orçada em R$ 47 milhões. Mas, há cerca de um mês, a duplicação foi embargada pelo Instituto Chico Mendes, órgão ambiental do governo federal, por conta da proximidade com a Reserva da Contagem. A paralisação da obra deixou a pista perigosa. Os postes foram retirados e a área está às escuras. A terra acumulada às margens da rodovia é arrastada para o asfalto e o barranco no lugar do acostamento ameaça desmoronar.Condutores se queixam das más condições da pista, que teve a duplicação embargada pelo Instituto Chico Mendes, há cerca de um mês. Protesto marcado para hoje cobrará solução

Para exigir a retomada das obras, a comunidade da região fará hoje, a partir das 6h, uma carreata seguida de uma grande manifestação. O objetivo é sensibilizar o GDF e o governo federal sobre a importância de um acordo que proporcione a retomada da duplicação da DF-150, que liga o Balão do Colorado à Fercal. O temor é que a chegada do período chuvoso deixe a pista sem condições de tráfego seguro.

A carreata vai começar no Posto da Contagem, em Sobradinho II, e vai seguir até o Posto Colorado, onde haverá um ato público. Moradores do Grande Colorado, da Fercal e da Vila Basevi, além de caminhoneiros que circulam pela pista, vão participar do protesto. A reivindicação do grupo é que a obra recomece em, no máximo, 10 dias. Se isso não ocorrer, a comunidade vai solicitar ao governo a interdição total da DF-150 para evitar que ocorram acidentes fatais.

Às 9h, está marcado um encontro no Instituto Chico Mendes que vai reunir representantes do GDF, do DER, do Parque Nacional, da Reserva Biológica da Contagem e do Instituto Brasília Ambiental. Governos federal e local querem chegar a um entendimento que propicie a liberação rápida da obra.

Pesadelo
A comerciante Maria Aparecida Medeiros, 43 anos, mora há 12 no Grande Colorado, onde tem também uma loja. Ela reclama da paralisação da obra na DF-150. ;Nosso maior sonho virou um pesadelo. Durante anos, brigamos pela duplicação e, agora, está pior do que antes;, reclama a comerciante. ;À noite, é quase impossível dirigir. Está todo mundo com muito medo;, acrescenta.

O presidente da Associação dos Caminhoneiros da Região da Fercal, Vicente da Rocha Lima, conta que os motoristas profissionais estão entre os mais prejudicados. ;Fizeram cortes laterais na pista e, se começar a chover muito, tudo vai desmoronar. Antes, a gente ficava à direita da pista para dar passagem para os carros menores. Agora, tenho que ficar à esquerda porque fico com medo dos deslizamentos de terra;, explica.[SAIBAMAIS]

O diretor-geral do DER, Luiz Carlos Tanezini, diz que espera solucionar o problema e retomar a duplicação rapidamente. Ele diz que serão necessários mais quatro meses, a partir do reinício da obra, para que os trabalhos fiquem prontos. ;A rodovia foi construída antes da criação da Reserva da Contagem, por isso o argumento de que a faixa de domínio da DF-150 faz parte da reserva não tem fundamento;, justifica Tanezini.

A duplicação do trecho do Posto Colorado até o Posto Contagem foi embargada, mas entre a Contagem e a Fercal, o trabalho do DER resume-se à restauração do asfalto e, por isso, o trabalho continua em andamento. O Instituto Chico Mendes explicou que não tem responsabilidade sobre o licenciamento da obra ; que foi feito pelo Instituto Brasília Ambiental. Mas a assessoria de imprensa do órgão esclareceu que, quando os empreendimentos são vizinhos a unidades federais de conservação, é necessária a anuência do Instituto Chico Mendes. Como não houve essa autorização prévia, a obra foi embargada e o DER multado em R$ 400 mil.

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