Cidades

Inflação: DF tem a maior alta entre as capitais

Mariana Flores
postado em 03/09/2009 08:23
O brasiliense arcou com a inflação mais alta do país em agosto. Os preços dos produtos e serviços cobrados na cidade subiram, em média, 0,52% no mês passado, a maior variação entre as sete capitais pesquisadas pela Fundação Getulio Vargas (FGV) para compor o Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S). A média das sete cidades foi de 0,20%. Embora tenha registrado a maior taxa, no entanto, a expectativa é de que o aumento de preços não se sustente. Os vilões do mês têm remarcações bem voláteis, o que dá uma esperança de que ainda neste mês seja verificado um recuo, segundo o economista da FGV André Braz.

%u201CA expectativa é de que a cidade tenha recuo da inflação em setembro. Em agosto, houve acúmulo de pressões não esperadas para setembro, é um comportamento pontual%u201D, afirma. A inflação acumulada em 2009 está em 2,90% em Brasília, abaixo da média nacional, de 3,22%. %u201CEsperamos ter recuo daqui para frente. Estamos com tendência de queda dos preços dos alimentos e não devemos ter aumentos explosivos em tarifas públicas%u201D, completa.

Os produtos e serviços de alimentação e transportes foram os principais responsáveis pela elevação. Entre os alimentos, ficaram mais caras as hortaliças e frutas, prejudicadas por problemas climáticos. A variação foi de 5,84% e 2,75%, respectivamente. A advogada Inaiá Borges, 32 anos, percebeu nas prateleiras o aumento. Uma vez por semana, ela faz a feira da casa em um mercado próximo a onde mora, no Sudoeste. Gasta, em média, R$ 400 por mês. %u201CAlguns preços estão bem salgados. A gente sente a diferença%u201D, afirmou. Antes de ter o segundo filho, Inaiá costumava frequentar a Ceasa (Centrais de Abastecimento). %u201CLá é um pouco mais em conta e até com a qualidade melhor, mas agora tenho que vir aqui mais perto%u201D, comentou. Apesar dos preços considerados altos, ela conta que não deixará de comprar. %u201CNão dá para não comprar frutas, ainda mais com crianças em casa%u201D.

Uma elevação de 0,58% no valor cobrado pelo litro da gasolina e outro de 8,69% nos seguros de veículos também puxaram a inflação da capital federal. Em Brasília, a gasolina é considerada um produto volátil, ao contrário do que ocorre no restante do país. Segundo Braz, isso ocorre em função da concorrência elevada na cidade, que gera promoções em determinadas épocas do mês. Além do peso do combustível no orçamento familiar ser maior na cidade, que possui um número elevado de carros particulares.

Também ficaram mais caros os gastos com despesas diversas (0,67%), habitação (0,56%), educação, leitura e recreação (0,22%), e saúde e cuidados pessoais (0,12%). Apenas as peças de vestuário ficaram mais baratas em relação ao mês anterior. De acordo com os dados da FGV, as liquidações de fim de inverno resultaram em valores 0,50% menores, em média.

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