postado em 04/09/2009 08:24
O entra e sai de veículos tem sido uma constante na 1; Delegacia de Polícia (Asa Sul). Desde a noite da última segunda-feira até as 17h de ontem, 17 pessoas prestaram depoimentos oficiais na investigação da morte do casal José Guilherme Villela e Maria Carvalho Mendes Villela e da empregada deles, Francisca Nascimento da Silva. Entre as testemunhas, parentes, amigos, vizinhos e até ex-funcionários do advogado. Ontem pela manhã, dois contadores da família foram ouvidos. Eles deixaram a delegacia por volta das 10h pela porta dos fundos, sem falar com a imprensa.A polícia não divulgou o teor da conversa com os contadores, mas o Correio apurou que os investigadores queriam descobrir se houve alguma movimentação estranha nas contas bancárias dos Villela nos últimos meses ou recentemente.
A delegada-chefe da 1; DP, Martha Vargas, optou mais uma vez pelo silêncio. Para não atrapalhar as investigações, pelo segundo dia consecutivo, ela driblou os jornalistas e não deu novas informações sobre o caso. Por volta das 14h, deixou a delegacia e retornou quase duas horas depois acompanhada de um pintor que trabalhou no apartamento 601/602 do Bloco C da 113 Sul, onde José Guilherme e Maria viviam. Cerca de 50 minutos depois, três agentes trouxeram o porteiro que estava de serviço na noite do crime para prestar esclarecimentos. Todos foram orientados a não dar entrevistas.
Ainda ontem, o diretor da Polícia Civil, Cléber Monteiro, afirmou que nenhum parente dos Villela é alvo de investigação.
Digitais comparadas
Na terça-feira, sete pessoas prestaram depoimento na delegacia e foram liberadas em seguida. No dia seguinte, 12 operários que faziam reformas em apartamentos localizados no próprio Bloco C e também no F foram convocados pela delegada Martha Vargas para ir à DP. Agentes registraram as impressões digitais de cada um e compararam com o material colhido pela polícia técnica. A intenção: descartar outros suspeitos. Por isso, os 12 não estão incluídos na lista de depoimentos oficiais. Na quarta-feira, quatro pessoas foram ouvidas, entre elas Carolina Villela, neta do casal assassinado.
De acordo com a primeira perícia ; até ontem, mais três foram realizadas ;, os assassinatos ocorreram entre as 17h e as 19h da última sexta-feira. No apartamento 601/602, não há sinais de arrombamento. Como os principais suspeitos são conhecidos da família, os agentes acreditam que a empregada abriu a porta voluntariamente. A mulher levou 22 facadas e o corpo foi encontrado no corredor próximo à cozinha. José Guilherme foi golpeado 38 vezes e o cadáver estava perto do de Francisca. O de Maria Villela, que recebeu 12 perfurações na região do peito, foi achado na outra ponta do corredor, na entrada do closet, de onde várias joias foram roubadas.
Peritos encontraram a arma do crime: uma faca de 16cm. Com manchas de sangue, ela estava na pia da cozinha e foi levada para o Instituto de Criminalística para a coleta das digitais. Parentes das vítimas não reconheceram o objeto como sendo do casal e acrescentaram que a dona do apartamento detestava facas.
Os Villela se preocupavam com a segurança. Nos últimos dois anos, a mulher enviou aos 34 condôminos do prédio duas cartas sobre o tema. Pedia que os moradores tomassem cuidado para não cair em golpes de pessoas que se passavam por funcionários de empresas para ter acesso aos imóveis e que se certificassem de trancar as portarias.
DEPOIMENTOS OFICIAIS
Segunda à noite e terça-feira
Sete pessoas depuseram, entre vizinhos, ex-funcionários e parentes dos Villela
Quarta-feira
Quatro pessoas, incluindo a neta do casal, Carolina
Quinta-feira
Seis pessoas até as 17h de ontem, entre as quais um pintor, um dos porteiros do Bloco C e dois contadores da família