Cidades

Mais de 200 pessoas assistem missa de 7º dia do casal Villela e governanta

Adriana Bernardes
postado em 04/09/2009 08:28
A missa de 7; dia do ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) José Guilherme Villela, 73 anos, da mulher dele, a advogada Maria Carvalho Mendes Villela, 69, e da empregada do casal, Francisca Nascimento da Silva, 58, reuniu mais de 200 pessoas na noite de quinta-feira (3/9). Chocados com a brutalidade do assassinato, familiares, amigos e autoridades ocuparam a Igrejinha Nossa Senhora de Fátima, na 307/308 Sul. O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, e o procurador-geral da República, Antônio Fernando Souza, estiveram na Igrejinha em solidariedade aos familiares.

Missa de 7º dia dos Villela e de Francisca, realizada na Igrejinha da 307/308 SulOs filhos do casal, Adriana e Augusto Villela, e a neta Carolina ocuparam a primeira fileira de cadeiras, de frente para o altar, e não falaram com a imprensa. No decorrer da missa, eles se emocionaram várias vezes. A Igrejinha tem capacidade para 40 pessoas sentadas. Todos os lugares estavam ocupados. Do lado de fora do templo, havia 100 cadeiras de madeira. Ainda assim, muitos dos convidados assistiram à missa de pé. O pároco da Igrejinha, frei Odolir Eugênio Magro, lamentou o crime: ;Foi uma morte desumana e isso nos revolta. Mas Deus sempre se manifesta nos momentos de dor. E só Ele dá força para continuarmos a nossa caminhada. Ele estará com vocês;.

Entre os parentes das vítimas, apenas a irmã de Maria Villela, Célia Senna, 67, comentou a tragédia. ;Nunca vi tanta brutalidade. Eram pessoas indefesas, não eram fortes. A Maria repetia sempre: ;Se um dia eu for assaltada, entrego tudo;. É uma monstruosidade, uma crueldade imensa;, disse aos prantos. Célia Senna, que mora em Feira de Santana (BA), contou que Maria era a terceira dos cinco irmãos. ;Era pessoa alegre demais, muito comunicativa, criativa. Tinha habilidade para desenhar, com costura. Ela se formou professora, mas não seguiu carreira. Veio para Brasília, prestou concurso e depois se formou em direito;, relatou, emocionada, ao lembrar a garra da irmã.

[SAIBAMAIS]Depois da missa, os convidados formaram uma longa fila para cumprimentar os filhos e a neta do casal assassinado. Gilmar Mendes se disse chocado com o crime. ;Foi um bárbaro assassinato e espero que seja esclarecido o mais rapidamente possível. Estou acompanhando o caso e buscando informações com a família; faço votos para que realmente esse crime tenha uma solução;, lamentou. Na época em que José Guilherme Villela defendeu o presidente Fernando Collor de Mello, Mendes era subchefe da Casa Civil.

Cerca de uma hora após o fim da celebração, ainda havia gente do lado da fora da igreja esperando prestar solidariedade à família. A reportagem tentou localizar parentes e amigos de Francisca, mas ninguém quis falar. ;Eu não a conhecia tanto. Sou amiga da irmã dela;, resumiu uma mulher que não quis se identificar.

Expoente da advocacia
O ex-presidente do STF Sepúlveda Pertence era amigo de José Guilherme havia 60 anos. Ele destacou o perfil reservado da vítima. ;Não conheço um inimigo do José Guilherme. Nunca recebi um choque tamanho, esse homicídio é inesperado porque é incompreensível;, lamentou. Para o procurador-geral da República, Antônio Fernando Souza, a morte do ex-ministro é uma perda para toda a sociedade. ;É extremamente lamentável. À primeira vista, o crime não parece ter relação com a advocacia, mas atinge um de seus expoentes em Brasília e no Brasil.;

O ex-deputado federal Sigmaringa Seixas era amigo da família. Disse ter tido o privilégio de aprender a advogar com José Guilherme. ;José Guilherme era um amigo fraterno. Um advogado notável. Um dos melhores que conheci. É uma notícia que choca. Choca por ser um amigo, choca pelas circunstâncias do crime, um crime tão brutal.;

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