Cidades

Missa celebrada em memória de José Guilherme e de Maria Villela lota igreja no Lago Sul

Adriana Bernardes
postado em 10/09/2009 08:02
Augusto (e), Carolina (loira) e Adriana (de cabelo preso) %u2014 respectivamente, filho, neta e filha do casal assassinado: várias autoridades prestaram homenagem aos VillelaPassadas quase duas semanas do triplo homicídio que chocou Brasília, amigos e familiares das vítimas reuniram-se mais uma vez para rezar em homenagem ao casal de advogados José Guilherme Villela ; ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral ; de sua mulher, Maria Carvalho Mendes Villela, 69. A empregada da família Francisca Nascimento Silva, 58, a terceira vítima do crime, também foi lembrada. Dessa vez, a missa foi na Igreja de São Pedro de Alcântara, na QI 7 do Lago Sul. O convite publicado nos jornais foi assinado por 45 personalidades políticas e do meio jurídico, algumas delas amigas da família, além do Instituto Brasileiro de Direito Eleitoral (Ibrade) e do Instituto dos Advogados do Distrito Federal (1)(IADF).

Os filhos do casal, Adriana e Augusto Villela, e a neta Carolina acompanhada do namorado, chegaram por volta das 7h30 e ficaram na igreja até as 21h50. Durante a celebração, iniciada às 20h15, Adriana subiu ao púlpito de onde leu o Salmo responsorial 22 ; ;O Senhor é o pastor que me conduz; não me falta coisa alguma. Pelos prados e campinas verdejantes, ele me leva a descansar;;. Logo depois, Carolina fez a leitura do Livro do apocalipse de São João.

A distribuição da hóstia foi o momento de maior comoção. Da família, apenas Adriana recebeu a comunhão. Augusto e Carolina permaneceram sentados. Ao som da música Noites traiçoeiras, Adriana se ajoelhou e rezou demoradamente. Augusto manteve a cabeça baixa. Carolina procurou apoio no ombro do namorado.

No fim da cerimônia, Adriana Villela foi ao púlpito mais uma vez para agradecer o apoio recebido. ;Em meu nome e em nome dos meus pais e familiares, agradecemos a todos. Estamos com o coração cheio de gratidão e orando para que eles fiquem em paz;, disse. Diversas autoridades foram cumprimentar a família.

Combate à violência
O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), conversou por longo tempo com os Villela, especialmente com Carolina. Na saída, se disse perplexo com o crime. ;Foi algo inimaginável, algo traumático que não conseguimos conceber. Revela um quadro de insegurança em que vivemos. Não apenas Brasília, como o Brasil. A sociedade precisa acordar. Detectar as causas e combater a violência;, defendeu Mello.

[SAIBAMAIS]A preocupação o ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) Reginaldo Oscar de Castro é que, enquanto o crime não é solucionado, pessoas inocentes viram suspeitas. ;Quando isso acontece, jogam levianamente sobre pessoas inocentes a responsabilidade por um crime grave.;

Para o ministro aposentado do STF Francisco Manoel de Albuquerque, o assassinato de José Guilherme Villela representou o fim de uma amizade de 45 anos. ;O que vemos é que a polícia está lutando. É perícia em cima de perícia. O fato é que foi uma morte misteriosíssima;, resumiu. O ex-presidente do STF José Paulo Sepúlveda Pertence ponderou sobre a dificuldade em esclarecer esse crime. ;Temos de esperar que o aparelhamento policial solucione esse mistério.;

1 - Sessão especial
O Instituto dos Advogados do Distrito Federal foi fundado há 39 anos, em 2 de julho de 1970. José Guilherme Villela foi membro fundador da entidade. Na próxima terça-feira, às 19h, o IADF promove uma sessão especial de homenagem ao advogado. O evento será na 516 Norte, no prédio da OAB/DF.

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