Quem foi ao Parque Nacional de Brasília, mais conhecido como Água Mineral, nesta sexta-feira (11/9) encontrou um cenário diferente na entrada das trilhas do local. Ambas estão fechadas para o público. A justificativa da administração é a falta de segurança.
"Tivemos quatro assaltos e uma tentativa de assalto desde fevereiro. Como uma das medidas preventivas, decidimos interditar os locais para evitar novas ocorrências", explicou a chefe do Parque, Maria Helena Reinhardt. Os criminosos levaram bolsas, celulares e máquinas fotográficas das vítimas.
Cartazes espalhados pela Água Mineral explicam que as trilhas estão fechadas por medida de segurança. Todos os cinco incidentes ocorreram na trilha da Capivara, um percurso de 1.300 metros usado por muitos visitantes para caminhada e corrida.
Um dos agentes de fiscalização mais antigos do parque, Jayme Ribeiro, se espantou com a notícia dos assaltos: "Trabalho há 25 anos aqui e nunca tinha visto uma coisa dessas".
Cercas
O assalto mais recente ocorreu no último domingo (6/9). A suspeita é de que os assaltantes da trilha da Capivara tiveram acesso ao parque de forma irregular por alguma das cercas da região. Para utilizar o local, é cobrada uma taxa de R$ 3 por pessoa.
Os acontecimentos levaram a administração a pensar em alternativas para resolver o problema. "Já pedimos ajuda ao Instituto Chico Mendes e reforço policial ao 3; Batalhão da Polícia Militar", explicou Maria Helena. Atualmente, há sete postos de vigilância, com 14 agentes que se revezam na segurança da Água Mineral. Mas o número é considerado insuficiente.
Hoje a fiscalização do Parque Nacional de Brasília é de responsabilidade do Instituto Chico Mendes. Segundo o coronel Armond, do 3; Batalhão da Polícia Militar do Distrito Federal, a área de competência da polícia é externa ao parque. "É inviável garantir a segurança das trilhas em uma região tão grande."
Convênio
Ele explica ainda que apenas a polícia ambiental poderia atuar na área, a partir da realização de um convênio com o Instituto, que ainda não foi firmado. "Se há cobrança de ingressos para visitação, a administração precisa garantir a segurança interna", criticou o coronel Armond.
Para o delegado-chefe da 2; Delegacia de Polícia, Antônio José Romeiro, tudo indica que moradores de rua estão praticando os crimes. Na delegacia, foram registrados apenas três roubos ; em 31 de maio, 7 de junho e no último dia 6 de setembro. "Apesar das ações, não há justificativa para o fechamento das trilhas do parque. A segurança é que precisa ser reforçada", explicou.
Furtos em carros
Outro problema que a Água Mineral enfrenta são os furtos no interior de veículos nos estacionamentos. Segundo o delegado Romeiro, foram nove desde janeiro.
A chefe da Água Mineral, Maria Helena, reitera que todas as outras áreas de visitação estão funcionando normalmente. "Durante esse período, apenas as trilhas permanecerão fechadas, até que possamos oferecer segurança ao público. Só pedimos que as pessoas respeitem a sinalização e não entrem nas trilhas."
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