Cidades

Polícia encontra no Park Way corpo de ex-funcionário do BRB

postado em 12/09/2009 08:44
O contador Delcídio Vieira, 66 anos, ex-funcionário do Banco de Brasília (BRB), foi encontrado morto no quintal de uma de suas propriedades, uma casa em construção no Setor de Mansões Park Way, Quadra 7, Conjunto 1, Condomínio Park Sul, por volta das 17h de ontem. Delcídio estava desaparecido havia cerca de um mês. Segundo peritos da Polícia Civil, havia seis perfurações no tórax da vítima, cujo corpo estava em avançado estado de decomposição. Ele foi enterrado envolvido em uma manta em um buraco coberto por terra e entulhos (telhas e toijolos), com documentos e cerca de R$ 100 em dinheiro.

O contador residia no Gama, em um edifício do qual também era proprietário. De acordo com parentes, ele tinha outros imóveis(1), além de carros em seu nome, mas não souberam precisar quantos. Ele ia com frequência ao condomínio para acompanhar o andamento da obra, que já durava 10 anos. De acordo com o delegado de plantão da 11; Delegacia de Polícia do Núcleo Bandeirante, Paulo De Vico, a princípio, a hipótese de latrocínio está descartada, embora um dos carros da vítima, um Focus branco, esteja desaparecido. O crime tem características de vingança. Ele estava com documentos e estaria sofrendo um processo na Justiça do Trabalho no valor de R$ 19 mil. Mas só teremos certeza após as investigações, explicou.

Ainda segundo De Vico, o crime foi cometido, provavelmente, dentro da casa. De acordo com agentes, uma diarista que trabalha em uma residência adjacente à da vítima pelo muro de trás teria visto um pedreiro jogar algo envolto em um lençol em um buraco. Ainda de acordo com testemunhas, moradores ouviram uma forte discussão entre Delcídio e um pedreiro no início de agosto. Na vizinhança corriam comentários sobre o acontecimento, mas, durante todo o tempo, a polícia não foi procurada. Somente na manhã de ontem, a síndica do condomínio, Rita Cássia de Souza, 53, que ligou os comentários à ausência de funcionários e do proprietário na construção, acionou a 1; Delegacia de Polícia da Asa Sul.

;Ele frequentava as reuniões de condomínio, pagava as contas regularmente, mas era um homem sozinho e calado, que nunca apresentou a família. A obra dele foi feita com sucata e material usado. De tempos em tempos ele parava, mas estava vindo com frequência. Vizinhos estranharam por ele ter parado de vir. Eu liguei na delegacia para avisar por causa dos comentários, mas não achei que fossem dar importância, até porque eu mesma não acreditei. Preferia que tivesse sido uma história de mau gosto, relatou a síndica.

O delegado de plantão da 1; DP, Flávio Messina, foi ao local com agentes e localizou o corpo, mas o caso foi repassado para a 11; Delegacia de Polícia, que é responsável pela região. Investigações preliminares concluíram que o desaparecimento se deu entre os dias 5 e 8 do mês passado. A arma do crime não foi encontrada. A polícia não quis dar detalhes sobre o suspeito para não atrapalhar as investigações.

Sumiço comum

Familiares da vítima chegaram ao local do crime no final da tarde de ontem. O empresário Vladimir Lima Vieira, 42, e a irmã dele, Valquíria Lima Vieira, 45, sobrinhos de Delcídio, explicaram que era comum que o tio sumisse por até 40 dias e confirmaram os hábitos solitários do homem. Segundo Vladimir, o tio era um homem silencioso, difícil de lidar e muito apegado ao dinheiro. ;Até para brigar com ele era difícil, porque ele era calado, não conversava muito;, falou.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação