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Moradores da cidade mais antiga do DF batalham pelo tombamento do centro histórico

postado em 12/09/2009 09:24
Planaltina, a cidade mais antiga do Distrito Federal, guarda muitas histórias do início da ocupação do Planalto Central. Em 2009, a sexta região administrativa do DF completou 150 anos. Comemorações à parte, a população ainda precisa lutar para garantir a preservação do local. Para discutir formas de proteger o patrimônio da cidade, a Associação dos Amigos do Centro Histórico de Planaltina convidou a população a participar de uma audiência pública, realizada ontem, num antigo casarão localizado na Praça Salviano Monteiro Guimarães.

[SAIBAMAIS]A presidenta da Associação dos Amigos do Centro Histórico de Planaltina, Simone dos Santos Macedo, conhece bem os principais problemas enfrentados pelo Setor Tradicional ; o centro histórico. ;Os casarões coloniais não foram projetados para suportar o trânsito da região. Cada caminhão que passa por lá danifica um pouco a estrutura das construções;, preocupa-se. Uma das principais e mais urgentes reivindicações do grupo é a criação de uma lei que impeça o tráfego de veículos pesados nas ruas que cortam o centro.

Dos antigos casarões construídos no Setor Tradicional da cidade, apenas o Museu Histórico e Artístico de Planaltina e a Igreja São Sebastião estão sob a proteção da Diretoria de Patrimônio Histórico e Artístico (Depha), da Secretaria de Estado de Cultura do Distrito Federal. Recentemente, eles foram reformados, mas sem as exigências que uma restauração exige. As outras construções, muitas delas no grupo de risco, ficam expostas aos efeitos do tempo. ;Muitas casas na Rua 13 de Maio tiveram as fachadas reformadas, mas a base que sustenta a casa continua a mesma: de barro;, conta Simone. O Centro Histórico de Planaltina fica ao redor da Praça Salviano Monteiro Guimarães, ponto de confluência das ruas Sergipe, 13 de Maio, 1; de Junho e Hugo Lobo.

Comissão

O encontro entre membros do governo local e representantes da sociedade civil na manhã de ontem serviu para orientar os trabalhos em prol da conservação do patrimônio de Planaltina. Uma comissão foi criada para desenvolver a Carta de Planaltina, objetivo final estabelecido pelo deputado distrital Chico Leite, que presidiu a discussão. Ele abraçou a causa da associação de Planaltina e, a pedidos, convocou uma audiência pública. ;Tenho uma relação muito forte com a cidade e resolvi entrar na briga. Essa área precisa ser preservada. O que fiz foi reunir forças em torno desse tema;, afirma o deputado.

O gerente de Cultura e Educação da Administração Regional de Planaltina, Pedro Paulo de Oliveira, avalia que o encontro foi importante para provocar inquietação nos moradores com relação aos problemas da cidade. ;Nós vivemos essa situação há anos e não podemos prolongá-la ainda mais. É preciso discutir a preservação do patrimônio;, acredita. Simone dos Santos Macedo vai além: propõe questões práticas que vão além das restaurações. ;Precisamos de guias turísticos, profissionais especializados. Os visitantes e turistas carecem de informação sobre o centro histórico;, conclui.

A ideia de fundar a Associação Amigos do Centro Histórico de Planaltina surgiu em 2007, quando uma parte da estrutura da Igreja São Sebastião foi destruída. O episódio despertou nos moradores a vontade de preservar o patrimônio da cidade. Desde então, os membros da associação trabalham para conscientizar a população sobre a importância de conservar a história e os costumes do local e garantir o tombamento pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Simone acredita que houve avanços. ;Tivemos muitos resultados positivos até agora, e um deles foi a apresentação de um laudo técnico ao Iphan para pedir o tombamento do centro histórico;, revela.

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